Moradores da Comunidade da Sharp contabilizam prejuízos após chuva

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A chuva passou, mas os prejuízos na comunidade da Sharp, bairro Armando Mendes, Zona Leste de Manaus, ainda eram contabilizados pelos moradores na tarde deste sábado (25). As ruas foram tomadas pela água nas primeiras horas do dia pela água após o transbordo do igarapé.

Em várias ruas ainda era possível ver os pontos de alagamento, mas nada comparado à manhã onde a água subiu mais de 1 metro e invadiu as residências. Uma casa desabou e dezessete famílias foram retiradas das residências por risco de desabamento. Elas foram alocadas na Escola Municipal Aristóteles Comte.

 Morador da comunidade há 20 anos, o instrutor de autoescola, Maikon Dione de Oliveira, 36, disse que nunca havia visto a Rua CCE alagar naquela proporção. Ele descreve que na parte mais baixa, as pessoas andavam com a água na altura do pescoço. Nem o muro de contenção construído na casa dele foi capaz de conter a alagação e as paredes começaram a rachar.

 “Aqui dentro de casa, que é alto, a água veio na altura do joelho. A chuva começou eram umas 5h30. Foi desesperador. As pessoas que moram mais lá pra baixo ficaram numa situação mais crítica. [Lá] Desabou a ponte e caiu na casa de dois jovens”, contou Maikon.

 Ele culpa a própria população pelo descarte incorreto do lixo. Caso que pode ser visto na residência da autônoma, Cláudia Silva, 50. Os dejetos descartados no igarapé ainda tomavam o quintal da casa. A força da água foi tanta que o muro de trás da casa veio abaixo. Ela pede ajuda para retirada de documentação que foi perdida após o temporal.“Estou esperando o Prosamim passar pra eu receber porque esse terreno foi herança. Com essa enxurrada que deu, eu perdi meus documentos todinhos”, lamenta a autônoma.

Doações

 Na tentativa de amenizar o sofrimento das famílias, a técnica enfermagem, Antônia Rosilene, 53, e um grupo de fieis da Igreja Adventista se reuniram para doar sopa e estão numa campanha para recolher alimentos e roupas para doação aos moradores da comunidade da Sharp.

Quem quiser ajudar pode entregar as doações na sede da instituição religiosa, localizada na Rua Moto Honda, 125.“Ao lado da Igreja tem um irmão, pode deixar lá que a gente distribui”.

“A gente se comove junto com eles. Temos irmãos que moram ai pra dentro que estão com a casa tudo pra dentro d’água (sic), sendo acolhidos por famílias. A gente sabe que a vida é prioridade nesse momento, mas você constrói suas coisas com tanto sacrifício, com tanto suor”, ressaltou Antônia.

Em nota, o Governo do Amazonas informou que as famílias da Comunidade da Sharp, no tiveram suas moradias afetadas pelas chuvas estão sendo acompanhadas e assistidas pelas equipes sociais da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) e Superintendência Estadual de Habitação (Suhab).

A Prefeitura de Manaus, também por meio de nota disparada à imprensa pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), disse que realizou atendimentos em diversas ocorrências provocadas pelas fortes chuvas do início da manhã. Entre as principais ações, o apoio psicossocial às famílias da comunidade da Sharp, na zona Leste.

*A crítica

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