O Governo do Amazonas, por meio da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), realizou, nesta quarta-feira (31/05), uma palestra para 100 alunos da rede pública estadual de Educação como parte da programação anual do Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado neste dia 31 de maio.
A campanha é coordenada no Brasil pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e o tema é “Precisamos de comida, não de tabaco”. No Amazonas, as ações são realizadas pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) no Amazonas, do Departamento de Prevenção e Controle do Câncer (DPCC) da FCecon, e tem a participação das ONGs Rede Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas (RFCC-AM) e da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc).
O diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão, falou sobre a importância de passar a mensagem de prevenção aos alunos. Além disso, o diretor explicou que após a palestra, a Fundação realizará uma oficina para orientar as pessoas dos municípios.
“A base de toda a educação se encontra nesses jovens, é você orientar as pessoas do mal que o fumo pode causar. Nós fomos de uma geração que o fumo era charmoso, não tinha uma orientação. Hoje, o nosso estado é um dos quatro estados no Brasil que menos fuma. Hoje abrimos com a palestra e seguiremos com uma oficina, durante a semana, para quem tiver interesse dos municípios”, disse.
Cem alunos da Escola Estadual Senador Petrônio Portella participaram da palestra que foi ministrada pelo coordenador estadual do Programa de Controle do Tabagismo no Amazonas, cardiologista Aristóteles Alencar, no auditório da FCecon.
“Hoje é apenas um trabalho pontual, mas realizamos um trabalho sistemático, com palestras nas escolas, na indústria, no meio ambiente e saúde, é um trabalho realizado há 30 anos. Isso reflete na redução expressiva de fumantes no Estado do Amazonas”, ressaltou.
A aluna do 3º ano do Ensino Médio, Rayane Samir, de 17 anos, falou que, nesta fase, os adolescentes são fáceis de serem convencidos a usarem o cigarro. Mas ressaltou que sempre que vê algum colega fumando, ela alerta sobre os malefícios do fumo.
“Nessa idade muitos dos alunos não sabem que o cigarro eletrônico faz tão mal, e acabam usando e se prejudicando sem ter essa informação. Estamos em uma idade que qualquer coisa que oferecem para a gente, a gente aceita. Sempre que eu vejo um colega meu fumar, eu falo que mesmo que eles achem que não prejudica, prejudica sim, sempre tento fazer a minha parte”, contou.
Prevenção
O uso do tabaco é fator de risco para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), enfisema pulmonar, aumenta o risco de doenças cardíacas e está associado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, dentre eles pulmão, boca, faringe, laringe, esôfago, colorretal, renal, hepático, de pâncreas, estômago e ovário. Seu uso é responsável por 25% das mortes de câncer no mundo, segundo o Inca.
O objetivo do PNCT é reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco. Outro objetivo é prevenir a iniciação do tabagismo, principalmente entre crianças, adolescentes e jovens.
Números
O consumo de tabaco e seus derivados mata cerca de 8 milhões de indivíduos a cada ano em todo o mundo, conforme dados da OMS.
No Brasil, a última estimativa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, é que a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 9,1%, em 2020, graças às ações dos PNCTs nos estados.
Em Manaus, a prevalência caiu de 13%, em 2006, para 7,9% em 2020.
FOTOS: Arthur Castro/ Secom
*Com informações da Assessoria