As autoridades elucidaram as circunstâncias da morte da vereadora Yanny Brena, 26 anos, e do namorado dela, Rickson Pinto, 27, encontrados mortos em Juazeiro do Norte (CE), na casa onde moravam, em 3 de março. A Secretaria de Segurança Pública do Ceará fez coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23/3).
De acordo com a perícia, o cenário provável é que os dois estavam dentro de casa, quando se iniciou um confronto, já que os corpos dos dois tinham lesões anteriores ao momento da morte.
Embaixo das unhas de Yanny havia material genético de Rickson. Assim como embaixo das unhas dele havia material genético dela. Durante a ação, Yanny teria recebido o golpe conhecido como “mata-leão” e ficado inconsciente. Ela foi levada para a sala do imóvel, onde foi colocada em suspensão incompleta.
Os vestígios apontam ainda que não havia sinais de arrombamento na residência que indicasse a presença de uma terceira pessoa no local. De acordo com os levantamentos, Rickson teria cometido o feminicídio, tentou forjar uma situação de suicídio de Yanny, e concluiu o fato com o seu suicídio.
Conforme investigação, a morte de Yanny teria ocorrido por volta de meia-noite do dia 3 de março. Já a morte de Rickson teria ocorrido após o assassinato dela, entre 4h e 8h do dia 3.
Câmera foi desligada antes de crime
Ainda segundo a polícia, foi encontrada uma câmera que ficava dentro da casa, mas estava desconectado da rede elétrica. O laudo de extração de dados feito pela perícia revelou que o aparelho deixou de registrar as imagens às 17h32min, do dia 2 de março; portanto, na véspera do crime.
A investigação
A coletiva de imprensa aconteceu no auditório da Casa da Mulher Cearense de Juazeiro do Norte e contou com a participação do delegado geral da PC-CE, Márcio Gutiérrez; do perito geral da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Júlio Torres; da diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da PC-CE, delegada Rebeca Nóbrega; da delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte, Suerda Bezerra; além do supervisor médico do Núcleo da Pefoce de Juazeiro do Norte, o médico legista Joel Boechat de Morais; e do supervisor da Perícia Criminal da Pefoce em Juazeiro, Jardson Macedo.
A investigação, que produziu relatório com mais de 400 páginas, ouviu 25 testemunhas e analisou mais de 60 horas de imagens de câmeras de segurança da rua onde aconteceu o crime e de outros locais da cidade. Elementos probatórios, além dos laudos periciais da Pefoce, também foram analisados e tiveram o intuito de esclarecer as causas mortis e a dinâmica dos fatos.
*Metrópoles