O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, negou que tenha algum embate com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O mal-estar entre o governador e o presidente começou depois que o chefe do Palácio do Buriti faltou à posse do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) nesta segunda-feira (17) para evitar o encontro com Lula. Nos bastidores, Ibaneis teria afirmado não querer estar no mesmo ambiente de Lula até que ele se retratasse das declarações em que afirmou que Ibaneis seria, de algum modo, “cúmplice” dos atos do 8 de Janeiro.
Questionado pela imprensa, Ibaneis disse que não tem nenhum tipo de embate com o presidente. “Acho que o presidente Lula, uma pessoa que foi tão injustiçada na época da Lava Jato, deveria também contar com essa participação da Justiça. O presidente Lula cometeu um ato, na minha visão, errada de dizer que eu era cúmplice do 8 de Janeiro e eu não posso compactuar com uma coisa dessa. O resultado saiu agora com a decisão do Supremo”, disse, ao se referir a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que arquivou a investigação que apurava uma suposta omissão do governador nos eventos antidemocráticos.
Apesar de ter faltado ao evento por causa do presidente, Ibaneis reforçou que “não tem nenhum tipo de embate com o presidente” e que quer “que o governo dele dê certo, até porque o Brasil precisa disso”. “Não tenho nenhuma rusga”, reforçou.
Após a repercussão do atrito, o diretório do PT-DF emitiu nota repudiando as declarações de Ibaneis. “A Executiva Regional do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal vem a público repudiar as declarações do governador Ibaneis Rocha, que afirmou não pisar em território onde o presidente Lula estiver presente. Essa postura, além de antirrepublicana, revela um desrespeito aos princípios constitucionais que um governador deve seguir e ao pacto federativo que rege nossa democracia”, disse o partido.
Para o PT-DF, Ibaneis não está agindo com maturidade institucional e respeito ao chefe do Executivo Nacional. “[Ibaneis] opta por declarações grosseiras, que em nada contribuem para o desenvolvimento do DF e do Brasil. Governar exige compromisso com a população, e não manifestações de ressentimento político”, disse a nota.
*R7/Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília – 19.