No dia 21 de janeiro, a Marinha do Brasil deu início à Operação “Acre”, que busca levar assistência hospitalar a comunidades remotas ao longo do Rio Juruá, nos estados do Amazonas e do Acre. Realizada com o Navio de Assistência Hospitalar “Doutor Montenegro”, a missão beneficiará cerca de 20 mil pessoas ao longo de quatro meses, oferecendo serviços médicos essenciais em uma das regiões mais isoladas do país.
A Missão e os Serviços Oferecidos pela Operação “Acre”
A 25ª edição da Operação “Acre” representa o compromisso da Marinha em levar saúde e cidadania às populações ribeirinhas e indígenas que vivem em áreas remotas. Durante os próximos quatro meses, o NAsH “Doutor Montenegro” navegará pelos rios Juruá e seus afluentes, passando por municípios como Carauari, Itamarati, Juruá e Ipixuna, no Amazonas, e Cruzeiro do Sul, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, no Acre.
Com uma equipe composta por médicos, dentistas, farmacêuticos e técnicos especializados, a operação oferecerá uma ampla gama de serviços, incluindo consultas médicas e odontológicas, exames laboratoriais, cirurgias de pequeno porte, mamografias, raio-X, vacinação e palestras educativas. Medicamentos serão distribuídos gratuitamente às comunidades atendidas, garantindo acesso a tratamentos essenciais para a saúde pública.
Além disso, o impacto social e humano da operação é significativo, já que muitas dessas comunidades só conseguem acessar atendimento médico de qualidade por meio das missões realizadas pela Marinha. “A Marinha consegue alcançar essas comunidades tão isoladas e levar esperança, assistência hospitalar e cidadania, reafirmando o compromisso com o povo brasileiro”, destacou o Capitão de Corveta Hallan Maforte, Comandante do NAsH “Doutor Montenegro”.
O Navio de Assistência Hospitalar “Doutor Montenegro” é uma unidade flutuante de saúde equipada com modernas instalações para garantir o atendimento médico em alto nível. Com dois ambulatórios odontológicos, dois consultórios médicos, laboratório de exames, sala de mamografia, sala de raio-X e farmácia, o navio possui a estrutura necessária para realizar procedimentos médicos e odontológicos em comunidades remotas.
Além disso, o navio conta com tecnologias de ponta, como um equipamento de raio-X com conversor de imagem digital e comunicação por satélite, o que permite maior precisão nos diagnósticos e eficiência no atendimento. Outro diferencial é o uso de quatro lanchas de apoio para alcançar localidades onde o navio não consegue atracar, garantindo que mesmo as comunidades mais isoladas possam ser atendidas.
A bordo do navio, uma equipe de 80 militares, sendo 16 da área da saúde, atua em um esforço conjunto para levar assistência às populações ribeirinhas. O lema do NAsH “Doutor Montenegro”, “Saúde Sem Limites”, reflete o compromisso da tripulação em superar os desafios de distância e logística para atender os brasileiros que vivem na região amazônica.
Histórico e Importância da Operação para a Amazônia
O NAsH “Doutor Montenegro” foi incorporado à Marinha do Brasil em 2000, após negociações entre o Ministério da Saúde, o Governo do Acre e a Marinha. Construído em Manaus e originalmente encomendado pelo governo acreano, o navio recebeu o nome de “Doutor Montenegro” em homenagem ao médico Manoel Braga Montenegro, conhecido por sua dedicação às comunidades do Acre.
Desde sua criação, a Operação “Acre” já realizou 25 edições, consolidando-se como uma das iniciativas mais importantes da Marinha na região amazônica. O trabalho do “Navio da Esperança”, como é conhecido, tem promovido não apenas a saúde, mas também a integração nacional, aproximando o Estado brasileiro das populações mais distantes.
Parcerias com instituições como o Ministério da Saúde e organizações não governamentais, como a “Américas Amigas”, reforçam o impacto da operação, permitindo, por exemplo, que exames de mamografia realizados a bordo sejam analisados por especialistas. A ação conjunta amplia as capacidades da missão e demonstra a importância da cooperação para atender às demandas da população.
Para os militares envolvidos, a missão também é uma experiência transformadora. “Encontramos pessoas vivendo em comunidades isoladas, que aguardam a chegada da Marinha para ter um pouco mais de assistência médica e odontológica. É impossível voltar a mesma pessoa depois dessa experiência”, afirmou o Primeiro-Sargento Kelmo Oliveira Lopes, que participa da Operação “Acre” pela quarta vez.
Com a 25ª edição da Operação “Acre”, a Marinha do Brasil reforça seu papel como agente de cidadania e inclusão na Amazônia, garantindo que a saúde e o cuidado cheguem a cada brasileiro, independentemente de quão isolada seja a comunidade em que vive.
*Fonte: Defesa em Foco/ Foto: Reprodução