Um homem identificado como Romulo Alves da Costa, de 42 anos, foi detido pela Polícia Militar no sábado (7) após denúncias de que estava empurrando o corpo do avô em uma cadeira de rodas e pedindo dinheiro nas ruas do Centro de Manaus. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado ao local e confirmou o óbito do idoso.
O que aconteceu?
A polícia foi acionada após denúncias de que um homem estava empurrando o corpo de um idoso, identificado como José Pequenino, em uma cadeira de rodas para pedir dinheiro na Avenida Eduardo Ribeiro, centro da capital amazonense.
A perícia indicou que a morte não ocorreu no local e que o idoso já estava morto há algumas horas. O corpo apresentava rigidez cadavérica e foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), onde está sendo submetido a exames de necropsia. As circunstâncias da morte ainda estão sob investigação e o laudo final deve ficar pronto em até 30 dias.
Quem é o suspeito?
Romulo é neto biológico da vítima, mas foi registrado como filho. Familiares relataram ao g1 que o suspeito é usuário de drogas, havia saído recentemente da prisão e costumava ser acolhido pelo avô sempre que aparecia.
O homem chegou a ser encaminhado à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) onde prestou depoimento, mas foi liberado em seguida
Quais as motivações?
Segundo o delegado adjunto da Delegacia de Homicídios (DEHS), Adanor Porto, Romulo afirmou em depoimento que pretendia fazer um empréstimo bancário para comprar alimentos e itens de higiene pessoal para ele e para o idoso, de quem dizia cuidar.
“Ele havia saído com o pai por volta de 12h30 da estância onde eles moravam, em direção ao centro para fazer o empréstimo bancário para comprar, segundo ele, itens de higiene e com comida para os dois. Pelas alegações dele, ele está desempregado e não consegue arranjar trabalho em razão de ter que cuidar do pai”, explicou o delegado.
O que diz a família?
Conforme a Polícia Civil, um dos filhos do idoso, que esteve na delegacia, relatou que não via o pai desde novembro do ano passado. Segundo esse familiar, foi justamente nesse período que o idoso foi retirado da casa por Romulo. Desde então, ele não manteve contato com a vítima.
A família ainda informou à polícia que o idoso era hipertenso, diabético, fazia tratamento nos rins, usava uma bolsa coletora e já apresentava diversas comorbidades preexistentes.
O que diz a polícia?
A Polícia Civil reforçou que, mesmo com a soltura de Romulo, as investigações continuam. Ele ainda pode ser responsabilizado por crimes, como vilipêndio de cadáver ou tentativa de estelionato, dependendo do que for apontado no laudo pericial.
O delegado informou que o inquérito segue em andamento e outras testemunhas devem ser ouvidas ao longo da semana. A polícia também investiga se Rômulo chegou a entrar com o corpo do avô em alguma agência bancária.
O delegado destacou ainda que, em uma perícia preliminar, não foram encontrados sinais de maus-tratos contra o idoso.
*G1/Foto: Patrick Marques, g1 AM