“O primeiro, o mais importante e mais decisivo ato de julgamento de um estadista ou um general é compreender perfeitamente qual o gênero de guerra que vai empenhar-se, para que não a tome pelo que não é e não queira dela fazer o que a natureza das circunstâncias impede de ser” (Karl Von Clausewitz). O General se levanta. Olha de um lado e de outro. Há um silêncio respeitoso. “Senhores e senhoras! Quando me reuni com a maioria dos oficiais aqui presentes, meus amigos, num jantar oferecido pela minha esposa Denise em minha residência, de alguma forma todos já sabiam o que íamos tratar. O militar, historicamente, sempre esteve contido na política, atuando como político de fato, Caxias foi senador eleito (1846), ou atuando conforme a política determinava, dentro das leis, sito a Guerra da Tríplice Aliança (1864). No reunimos em minha casa e planejamos tomar uma atitude em relação ao que ocorre no nosso país hoje, sob o tirânico controle da Esquerda. O ex-presidente teve a oportunidade, no intervalo entre o primeiro turno e o segundo turno das eleições presidenciais, de “intervir” mediante clara suspeita de “manipulação” nas votações do primeiro turno, mas não seguiu, talvez por “soberba” ou “ingenuidade política”, os conselhos de seus “assessores civis e militares” e, após ocorrido o segundo turno, mais convencido que nunca de que a possível “fraude eleitoral” poderia ter existido, ele não conseguiu unir forças para reagir, por um “medo” incompreensível da palavra “golpe” que, como uma “praga”, se alastrou entre os assessores militares do governo a ponto de ser “obrigado” a sair do Brasil e a ir para os EUA, no final do seu mandato. Por medo de serem chamados de “golpistas” não salvaram o Brasil, ficaram fisicamente “ilesos” e “moralmente” cúmplices do mal, deixando o povo ir às masmorras, sem julgamento justo – os “terroristas”: homens, mulheres, idosos e idosas, mais crianças indefesas. Nem uma “faca” tinham, mas se tornaram “criminosos de alta periculosidade”. É o que sabemos. Além da ”vergonha” que sentimos dos que “simbolizam” o nosso Exército, as Forças Armadas. Decidimos, como nossos antepassados, sair em defesa da nossa Pátria e do nosso povo. É o que estamos fazendo agora. Quem vamos enfrentar? Sabemos muito bem. Quem se unirá a nós? Somente Deus sabe. Para onde vamos? Cada dia teremos uma resposta (…). E que as “circunstâncias” não nos impeçam (…)”. O General termina enigmático e senta-se. Imediatamente, alguém fala: “General!”. Sem pestanejar, o gaúcho Domingos interrompe: “Chega! O General não está aqui para responder perguntas. Nosso pedido era que ele nos falasse “a que veio”. E falou!”. Com um gesto, ele manda servir o churrasco. Depois, num movimento rápido, o gaúcho Domingos retira a “adaga” da cintura e a finca na madeira da mesa. Em seguida, solta uma gargalhada. Todos riem. Logo após, o CHEM se aproxima do General e lhe fala no ouvido: ”Missão da ponte, já cumprida.”
Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.