O que está por trás da suspensão de rotas e cancelamentos de voos pela Azul: CEO cita corte de custos, falta mundial de peças e dólar alto

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Corte de custos, opção por rotas mais lucrativa, falta mundial de peças e motores, alta do dólar. São vários os fatores que ajudam explicar a suspensão de voos da Azul Linhas Aéreas para 12 cidades brasileiras a partir de março.

E apesar de ocorrer após o acordo para fusão com a Gol, as mudanças não têm relação com o negócio. É o que garante John Rodgerson, CEO da Azul, em entrevista ao g1.

“Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível”, enfatiza.

Recursos esses que sofrem a pressão da desvalorização do real frente ao dólar – as compras de aeronaves, por exemplo, são feitas na moeda norte-americana, e a dívida cresce a medida que a moeda brasileira desvaloriza.

Quando a Azul foi criada, em 2008, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,58, lembra o executivo, enquanto superou a casa dos R$ 6 na virada do último ano.

Quando se trata de compra de aeronaves, elas são realizadas com antecedência, e muitos dos contratos “dobraram” de valor com esse salto da moeda norte-americana nos últimos anos.

“A desvalorização cambial foi de 30% no ano passado. Quando você olha isso, vê que é melhor alocar nossos recursos em outros lugares, onde é melhor para ganhar dinheiro. Eu tenho responsabilidade com meus acionistas (…) então se uma cidade não está dando certo, seja por demanda, alto custo, vamos para outro local.”

O CEO pontua que embora tenha anunciado a suspensão de 12 rotas, a Azul permanece expandindo o mercado. “Antes da pandemia, a Azul operava em 110 cidades do Brasil. Hoje estamos em 160, e vamos para 150 com esses fechamentos, mas estamos servindo muito mais cidades que servíamos antes”, diz.

Fusão com a Gol

E mesmo sem atrelar as mudanças com a fusão com a Gol, Rodgerson vê no acordo uma saída de fortalecimento e crescimento para superar “entraves” do mercado brasileiro.

“Nós estamos olhando uma fusão de crescimento. Crescer o mercado brasileiro, isso que nós queremos fazer. Nós temos inflação aqui no Brasil, e sem crescimento, a inflação te mata. Sem reduzir custos, a inflação te mata”, afirma.

John Rodgerson vê na junção as duas companhias a criação de um player relevante no mercado para conseguir melhores negociações contra gigantes do mercado, e também para ampliar o leque de atuação no país.

“Nossos clientes vão poder fluir. Eu (Azul) tenho pouca porcentagem em Congonhas e Guarulhos, em Brasília e no Rio, mas agora vamos ter a possibilidade de conectar o Brasil inteiro com uma passagem”, projeta.

Processos judiciais

Outro fator que incomoda o executivo tem relação com o volume de processos judiciais contra o setor aéreo no Brasil.

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