O pai da pequena Letícia Correia de Queiroz, de 6 anos, desaparecida em um deslizamento de terra que abriu uma cratera na orla de Manacapuru, na Região Metropolitana de Manaus, na tarde de segunda-feira (7), disse estar com o coração apreensivo e lamentou não ter conseguido ajudar a filha.
“O coração está apreensivo”, afirmou Osmar Pinheiro de Queiroz, de 37 anos, visivelmente angustiado. O acidente, que engoliu parte do Porto da Terra Preta, também deixou nove pessoas feridas, segundo informações do governo estadual.
Os feridos foram levados ao Hospital Regional Lázaro Reis, em Manacapuru, com escoriações. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), dos nove pacientes, dois já receberam alta, enquanto os outros sete permaneciam em observação até a última atualização desta reportagem.
O pai da criança contou ao g1 que vivia na casa flutuante na orla há 28 anos. Ele e a esposa estavam pescando no momento do desabamento, que destruiu a estrutura onde moravam. Letícia e seus dois irmãos, de 18 e 15 anos, estavam no local. Os pais presenciaram a tragédia a partir do rio.
“Olhamos para lá e não vimos mais o nosso flutuante, aí o desespero tomou conta, a minha mulher começou a passar mal. Foi o desespero maior, porque todos os meus três filhos estavam dentro desse flutuante”, afirmou.
Osmar explicou que a filha mais velha estava em casa com Letícia, enquanto o filho havia saído para estudar quando o desabamento aconteceu.
“Quando ela percebeu a terra caindo, correu para pegar a criança e tentar salvá-la. Mas não conseguiu, pois, ao sair, a balsa colidiu com a casa flutuante. A cena aconteceu em um piscar de olhos, não deu tempo de agir. Imaginem como é para mim e para a mãe ver tudo isso e não poder fazer nada. Foi um momento desesperador que eu não desejo a ninguém”, desabafou o pai.
*G1/AM/foto: Arquivo pessoal