PARA ONDE VÃO AS ESTRELAS CADENTES

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“Senadores que votaram no Dino em troca de emendas parlamentares ou por medo de vingança violaram o dever que têm com os seus eleitores. Se você permite que o sistema te controle com dinheiro ou ameaças, você virou o sistema. Mesmo tendo sido cassado eu não me arrependo de nunca te aceito emendas e cargos e de nunca ter baixado a cabeça para os donos do poder. Eles podem tirar de mim a paz, mas não a coragem; o cargo, mas não a luta; o salário, mas não o valor” (Deltan Dallagnol/Twiter pessoal). Durante a Sabatina de Dino no Senado (noite de quarta-feira, 13/12/2023), foi tirada uma foto amplamente divulgada na Internet na qual o ex-juiz da Operação Lava Jato e senador Sergio Moro, abraça o candidato ao STF, Flavio Dino. A foto nitidamente apresenta sinais claros de apreço e alguma intimidade entre duas pessoas, teoricamente, adversárias ferrenhas. Foi um cumprimento às claras, no local onde estaria sendo realizada a sessão de sabatina ao Dino. Ao final, 47 senadores aprovaram o Dino para o STF e 31 senadores votaram contra. Dino venceu, talvez com o voto do próprio Moro e da ausência de “Jogadores de futebol”. Como saber? Moro ganhou notoriedade nacional e internacional por comandar, entre março de 2014 e novembro de 2018, o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na Operação Lava Jato, envolvendo grande número de políticos, empreiteiros e empresas, como a Petrobrás e a Odebrecht. Em 2017, no âmbito dessa operação, condenou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Virou uma “estrela”, um ícone e grande exemplo para o Brasil e para o Mundo, principalmente para os mais jovens, uma boa parte composta de estudantes de advocacia. Independente de uma provável culpabilidade de um ou outro, a realidade é que uma maioria de 47 senadores aprovaram. Há quem suspeita, como o deputado federal Gilvan em um vídeo divulgado na Internet, que o governo tenha gastado 10 bilhões de reais para “bancar” a votação favorável ao seu pupilo. Pelo visto, o governo negocia pelo processo mais antigo de barganha, que é o vil metal, o dinheiro, e não como alguns reis da História Antiga, que negociavam o prestígio, dando títulos de nobreza aos seus aliados. Corrupção, tanto de um jeito como do outro. Dez bilhões para eleger um simples ministro do STF. Simples?! E para eleger um presidente? Mas, e os eleitores? Alguém se lembrou dos eleitores, parte do povo que colocou cada um deles ali, no Congresso? Será que o Congresso há algum tempo não é mais o Brasil e passou a ser um país à parte, submetido à vontade do dinheiro e do poder do sistema? O povo, a parte mais simples do povo, a parte humilde e sem muita cultura, esse que pensa na comida, na moradia, na sobrevivência de um dia a mais, essa parcela do povo não consegue entender esses assuntos “dos ricos”, dos políticos. A dona Ivone, que faz faxina como gari, ela dá uma risadinha misturada com uma frase entre os poucos dentes: “o que se vai fazer, eles mandam!”. Ela não quer perder o emprego na Prefeitura, pois tem duas netas para alimentar lá na comunidade onde mora. Não paga nem água e nem luz, o “gato” paga. É uma covardia tratar o eleitor assim, o povo simples, todo o povo trabalhador e honesto. Rui Barbosa possuía o dom da retórica, talvez o melhor da política até hoje. Nunca conseguiu se eleger presidente, apesar de algumas tentativas. Hoje assistimos a excelentes discursos no Congresso. E só. O dinheiro fala mais alto para a maioria. Atualmente, os “Ruis Barbosas” ficam falando às moscas e levando “pedala Robinho” por todo lado. A guerra política está literalmente perdida após esse escândalo que foi a votação de quarta-feira à noite. Alguns falam em 2026, na esperança de que Bolsonaro ou outro patriota sejam eleitos e consertem novamente o país. Com essa urna que está aí, já vão começar nas próximas eleições do ano que vem para as prefeituras e câmaras de vereadores. Será o maior “baile” da Esquerda sobre a Direita em 2024, maior do que nas eleições presidenciais passadas. Provavelmente terão dinheiro de sobra, além do medo generalizado de alguém ser preso pelo sistema, como em “8 de janeiro”. O Congresso, última esperança de uma reação contra o sistema, já se bandeou atrás do dinheiro fácil ou das negociações dos seus malfeitos. As grandes estrelas da Nação estão decadentes no céu brasileiro. Esse céu que quase ninguém admira mais, pois os olhos do povo estão voltados para o chão. O mesmo chão para onde irão as estrelas cadentes. SERÁ QUE, AGORA QUE A PORTEIRA DA CORRUPÇÃO ESTÁ ESCANCARADA, O VERDADEIRO BRASIL IRÁ “MOSTRAR A SUA CARA”?

Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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