Polícia investiga instalação de gás de mansão em que bilionário e esposa morreram intoxicados

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Um vazamento de monóxido de carbono, gás altamente tóxico, é a provável causa da morte do empresário José Bezerra de Menezes Neto, o Binho Bezerra, de 67 anos, e de sua mulher, Luciana Bezerra, de 62.

Os dois foram encontrados sem vida por um filho do casal, no sábado (9), em uma mansão em Guarujá, no litoral de São Paulo.

De acordo com a Polícia Civil, a necrópsia mostra intoxicação por monóxido de carbono resultante da queima do gás usado no aquecimento das instalações hidráulicas do imóvel.

No entanto, segundo a Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, a confirmação da causa não esgota as investigações. São esperados os laudos que vão elucidar se o sistema de gás encanado estava instalado corretamente.

A perícia deve esclarecer ainda como ocorreu o rompimento de uma tubulação do exaustor, responsável pela eliminação do monóxido nas dependências usadas pelo casal.

Segundo a polícia, o quarto do casal fica no andar térreo da casa, próximo da sala com as caldeiras do sistema de água quente. Com a fissura na mangueira do exaustor, os gases da queima chegaram ao local.

Os peritos do Instituto de Criminalística também fizeram uma varredura no imóvel e coletaram impressões digitais. Conforme a polícia, a investigação é “de ofício”, quando não há causa definida do óbito, registrado, nesse caso, como morte suspeita.

Os corpos foram encontrados pelo filho do casal, Rodrigo Passos Bezerra de Menezes, de 27 anos, que estava no imóvel. Ele estranhou a demora dos pais para acordar e, indo até o quarto, viu os corpos sobre a cama do casal. Uma cachorra, animal de estimação dos Menezes, também foi achada morta ao lado da cama.

A mansão fica em um condomínio de residências de alto padrão, na praia do Iporanga, na estrada que liga Guarujá a Bertioga.

Rodrigo pediu ajuda a um médico, conhecido da família, que é morador do condomínio. O profissional tentou reanimar o casal, sem sucesso. Ele acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e a equipe constatou o óbito. Os corpos não tinham sinais de violência.

Dois funcionários da família, que estavam na casa, confirmaram que os aquecedores da piscina, do banheiro e de cômodos internos funcionam a gás. Os gases usados em aquecimento, tanto o gás natural como o derivado de petróleo, produzem, ao ser queimados, o monóxido de carbono. Em ambientes pouco ventilados, essa substância pode ser letal.

*R7/FOTO: REPRODUÇÃO

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