Porteiro preso por reconhecimento fotográfico no RJ finalmente é solto

Publicado em

Paulo Alberto da Silva Costa, porteiro de 36 anos que foi preso há três anos com base apenas em reconhecimento fotográfico, finalmente conseguiu a liberdade. Na noite desta sexta-feira (12/5), ele saiu do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com o alvará que determinava sua liberdade em mãos. O documento foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

“O mais difícil foi ficar longe da minha família. Você quer mostrar que é inocente, mas não tem como. Se não fosse minha família, Deus em primeiro lugar, não sei”, disse Paulo Alberto na saída do presídio. Bastante emocionado ao lado da mãe e da irmã, o porteiro agradeceu muito a todos que ajudaram a reparar tamanha injustiça.

A chuva forte não foi suficiente para impedir a mãe de Paulo, dona Maria José Vicente, de ir receber o filho. E considerou a saída do porteiro como um presente do Dia das Mães.

“O melhor presente que eu já tive na minha vida. Ter meu filho em casa não tem preço. É um momento família. É tudo. É muito importante. O coração está batendo muito forte”, afirmou Maria José. “Até hoje a gente não entende o porquê disso, mas, graças a Deus, descobriram que o meu filho é um trabalhador e tem família. Nós não abandonamos ele em momento nenhum”, lembrou a mãe.

Paulo Alberto, por sua vez, só falava em ver os filhos. Também preferiu não citar qualquer tipo de ressentimento. “Deixa Deus no controle, Deus sabe de tudo. Nesse momento, só tenho que agradecer. Quero ver meus filhos agora mesmo, ficar com minha família e poder trabalhar”, disse.

Ainda de acordo com o porteiro, a família o manteve forte durante todo esse tempo. “O mais difícil foi ficar longe da minha família. Você quer mostrar que é inocente, mas não tem como. Se não fosse minha família, Deus em primeiro lugar, não sei. Só agradecer mesmo o pessoal que me ajudou. Que Deus abençoe todos eles. Só quero ficar perto da minha família mesmo. A força vinha da minha família a todo tempo. Eu só tenho a agradecer”, destacou.

O caso

Costa foi preso há três anos atrás após uma revista de policial. Ele, que é negro, é alvo de 62 ações penais e condenado em 11 delas. A autoria do crime foi comprovada apenas por reconhecimento fotográfico. Por isso, na última quarta-feira (10/5) o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmou que a Polícia Civil do RJ não produziu outras provas para comprovar os supostos crimes.

Assim, o porteiro deveria ser libertado imediatamente. O que não impediu que a Justiça do Rio de Janeiro demorasse mais de 48 horas para cumprir a decisão.

Foto: Tv Globo/ Reprodução

*Metrópoles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe

Assine Grátis!

Popular

Relacionandos
Artigos

Conta de luz deve fechar ano com aumento de 7%, aponta Aneel

A última edição do InfoTarifa em 2025, divulgado pela Aneel (Agência...

PM suspeito de lavagem de dinheiro é exonerado da Casa Militar após ser preso com R$ 2,5 milhões em Manaus

O cabo da Polícia Militar preso com R$ 2,5 milhões...

Caso Benício: colega de trabalho diz em depoimento que alertou técnica para não aplicar adrenalina na veia

Novos depoimentos colhidos pela Polícia Civil na sexta-feira (5)...

Dino marca para fevereiro de 2026 julgamento do caso Marielle na 1ª Turma do STF

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu...