A partir dos resultados do 1º diagnóstico de infestação do mosquito Aedes aegypti – LIRAa, realizado em Manaus no período de 14 a 28 de junho deste ano, nos quatro distritos de saúde da área urbana, a Prefeitura de Manaus definirá ações de intensificação direcionadas para controle do vetor nas áreas de maior vulnerabilidade apontadas pelo levantamento. A programação, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), será desenvolvida com apoio de secretarias municipais e de outras instituições públicas e privadas, e pretende envolver as comunidades no enfrentamento ao mosquito, que é transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya.
De acordo com os registros no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de janeiro a junho de 2020, em Manaus, houve 1.404 notificações de casos de dengue, 57 de zika vírus e 34 de febre chikungunya. Destes, foram confirmados 541 casos de dengue, 32 de zika e 3 de chikungunya. Nos seis primeiros meses de 2021, já são 4.346 notificações de dengue, 82 de zika vírus e 90 de febre chikungunya, com 2.910 casos confirmados de dengue, 30 de zika vírus e 24 de chikungunya.
Segundo o prefeito de Manaus, David Almeida, será necessário o envolvimento da sociedade para evitar a proliferação do Aedes. “Esse é mais um problema que vamos enfrentar e, com a mobilização de todos, também conseguiremos reverter. Desde o início da gestão temos encarado desafios como o agravamento da pandemia de Covid-19 e a campanha de vacinação contra essa doença, diferente de tudo o que já se viu em imunização, além da maior enchente da história de Manaus. Nossas equipes estão preparadas e irão para as ruas comandar uma grande ação, para eliminar esse mosquito”, assegurou.
A Semsa intensificará as atividades de educação em saúde, por meio de visitas casa a casa, por Agentes de Controle de Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), com o objetivo de massificar a implantação da estratégia “10 minutos contra o Aedes” e principalmente o maior envolvimento dos moradores e de lideranças locais.
De acordo com o 1º LIRAa de 2021, o mapa de vulnerabilidade aponta que dos 63 bairros oficiais, 25 estão na classificação de alta vulnerabilidade; 28 estão em média; e dez bairros foram classificados com situação de baixa vulnerabilidade. O Índice de Infestação Predial (IIP) ficou em 1,9%. Com isso, Manaus permanece no chamado médio risco para as doenças transmitidas pelo Aedes. Médio risco compreende valores entre 1,0% e 3,9%.
A titular da Semsa, Shádia Fraxe, explicou que, normalmente, a cada ano, são realizados dois levantamentos de infestação do mosquito. “Até então, o último diagnóstico realizado em Manaus foi no mês de fevereiro de 2020. Naquele período, a cidade apresentava 12 bairros classificados em alta, 38 em média e 13 em baixa vulnerabilidade. Isso porque, a partir de maio, o Ministério da Saúde recomendou, por meio de nota informativa, a suspensão temporária do segundo LIRAa do ano de 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19”, informou.
O resultado do diagnóstico de 2021 apontou que o distrito de saúde com maior infestação é o Oeste, com Índice de Infestação Predial de 4,7% e Índice de Breteau (IB) de 7,1%. Quando associados os índices entomológicos e o número de casos notificados das doenças transmitidas pelo Aedes, o Disa Oeste também apresenta o maior número de localidades de alta vulnerabilidade – 13 bairros – para a transmissão de doenças causadas pelo mosquito. Os dez bairros na zona Oeste que apresentam maior índice de infestação são Santo Antônio, São Jorge, Dom Pedro, Alvorada, Lírio do Vale, Nova Esperança, Planalto, da Paz, Redenção e Tarumã.
O Índice de Breteau é um valor numérico que define a quantidade de insetos em fase de desenvolvimento encontrados nas habitações humanas pela quantidade de total vistoriada. É utilizado no Brasil para a determinação de infestação do mosquito da dengue.
Na operacionalização do diagnóstico da infestação do Aedes aegypti foram visitados 26.614 imóveis em todos os bairros de Manaus, envolvendo 275 profissionais da Semsa. A estratégia da ação foram as visitas domiciliares, buscando identificar e coletar as formas imaturas (larvas) do mosquito, bem como eliminar e/ou tratar os potenciais criadouros do mosquito.
*Com informações assessoria