A troca de mensagens entre uma menina de 10 anos e uma pessoa que ela conheceu por meio de uma rede social mostram que a criança foi chantageada para enviar fotos íntimas em troca de moeda virtual para o jogo Free Fire, popular entre adolescentes.
O ‘dima’ permite que o usuário tenha acesso a skins, personagens e outros itens na loja e pode chegar a custar R$ 150. Para convencer a menina a enviar as fotos, o criminoso chega a oferecer 1.000 dimas ou “quantos ela quiser”.
Nas mensagens, ele diz ter 15 anos. A família registrou um boletim de ocorrência e o caso será investigado pela Polícia Civil.
Se identificado, o suspeito pode responder pelos crimes de favorecimento da prostituição e exploração sexual de vulnerável e também por adquirir, possuir ou armazenar fotografia e vídeo, de acordo com a Lei 8.069/90, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A garota chegou a enviar quatro fotos. Segundo a mãe da criança, ela foi orientada pelo criminoso a enviar fotos com as pernas abertas e mostrar o órgão genital e o bumbum.
Em uma das imagens, a criança está nua. Em outra, ainda segundo a mulher, a filha foi orientada a colocar a mão na genitália.
O caso foi descoberto pelos pais no dia 2 de abril, quando a própria criança contou que vinha trocando mensagens com um rapaz que dizia ter 15 anos em uma rede social. Ao olhar o celular da filha, eles viram que as fotos tinham sido enviadas cinco dias antes.
Prints serão utilizados como prova de crime
A família entregou os prints das conversas à polícia e eles podem ser utilizados como prova do crime. O perfil do usuário também foi bloqueado e a criança já não tem mais acesso ao conteúdo.
Presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado Élton Ramos alerta sobre a necessidade de monitoramento dos mais jovens nas redes sociais.
“A primeira orientação é que os pais estejam sempre diligentes, com o olhar voltado para o que as crianças e os adolescentes estão consumindo, o que estão fazendo, principalmente, na calada da noite”.
Segundo ele, nos últimos quatro anos, a sociedade tem lidado com mais casos de aliciamento de menores porque mais pessoas estão denunciando.
“Isso está sendo mais publicizado pela imprensa e a sociedade, como um todo, está tendo mais informações acerca desses crimes. Os pais estão sendo mais orientados e, com isso, tem chego aos tribunais e ao judiciário denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Os pais estão levando mais para a imprensa para que seja divulgado”.
*g1 SP