Propostas econômicas dos candidatos na Argentina são inviáveis, diz cientista político

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A recuperação da economia é o ponto central das campanhas de Sergio Massa e de Javier Milei nas eleições para a Presidência da Argentina. Os dois disputam o segundo turno no domingo (19), com propostas antagônicas para a área.

Mas, de acordo com Marcos Novaro, cientista político da Universidade de Buenos Aires, os programas apresentados pelos dois candidatos são inviáveis e enfrentariam desafios significativos se aplicados.

“Todas as propostas econômicas, dos dois candidatos, são inviáveis”, afirmou Novaro em uma entrevista exclusiva ao blog. “Se Milei tentar aprovar a dolarização, o fechamento do Banco Central e um ajuste drástico, isso vai fracassar. Se Massa tentar aplicar o critério de que o pior da crise já passou e for para a etapa de recuperação do salário sem cortar gastos, isso é totalmente inviável.”

“A expectativa é que qualquer um que ganhe se modere e não trate de cumprir o seu programa, e sim fazer algo mais viável. E ainda assim terá dificuldade. Massa porque tem uma coalizão muito heterogênea, um peronismo muito fragmentado, e Milei porque não tem nenhuma coalizão, e construir uma base de apoio em uma situação tão crítica é muito difícil”, completou.

Os argentinos se preparam para decidir o próximo líder do país em meio a uma das crises econômicas mais graves de sua história recente. Aproximadamente 40% da população da Argentina vive na pobreza. O país enfrenta uma inflação acumulada de 142,7% nos últimos 12 meses, uma das maiores taxas em mais de três décadas.

Sergio Massa, ex-ministro da Economia do presidente Alberto Fernandéz, e Javier Milei, conhecido por suas propostas ultraliberais, representam extremos opostos no espectro político e oferecem abordagens contrastantes para a crise econômica.

Milei, com sua plataforma ultraliberal, propõe medidas imediatas, como a dolarização da economia, mas tem sido alvo de críticas de especialistas, que consideram suas propostas de difícil execução. Além disso, suas ideias de ruptura política com parceiros comerciais estratégicos, como China e Mercosul, podem ter repercussões adversas na economia argentina.

Enquanto isso, Massa enfrenta o desafio de apresentar soluções realistas para a crise, tendo em vista que é o atual ministro da Economia do país e suas medidas não apresentaram efeitos reais. Sua experiência pode ser vista como uma desvantagem, dependendo da perspectiva do eleitorado sobre seu papel na situação atual do país.

*R7/FOTO: REUTERS/CRISTINA SILLE – 23/10/2023

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