Com a promessa de ampliar o tratamento de esgoto da cidade de Manaus em 42,41%, anunciado no início da gestão municipal, o prefeito David Almeida não cumpriu nem um terço de seu compromisso. Isso significa que três em cada quatro manauaras não têm acesso à rede de esgoto.
Segundo David Almeida, a taxa atual de ampliação de esgoto na capital está em 26%; ou seja, em 30 meses de mandato o gestor municipal cumpriu apenas 4%, já que a gestão de Arthur Virgílio Neto, em 2020, deixou o município com 22% de cobertura de esgoto em toda a cidade. Os dados mostram que a falta de comprometimento com o saneamento básico na cidade, não mudou muito. Nesse ritmo, chegaríamos a 60% de cobertura em cerca de 300 meses ou mais de 30 anos; isso se a cidade não crescer nada nesses 30 anos, o que é improvável.
Em Manaus, a iniciativa privada assumiu a gestão dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitários em 2000, ou seja, há mais de 20 anos. Na época, no Plano de Metas, a empresa assumiu que, em 2021, cerca de 90% da população de Manaus já estaria usufruindo dos serviços de coleta e tratamento de esgoto, o que não aconteceu; e o poder concedente(prefeitura de Manaus) nada fez para punir a empresa, que continua cobrando taxa de esgoto de 100%da população.
Segundo relatório do Instituto Trata Brasil de 2022, a capital amazonense é a 9ª entre as 20 piores cidades em coleta de esgoto no país, com 21,95% do Índice de Atendimento Total de Esgoto. Nos últimos anos, Manaus se manteve no ranking das piores cidades em tratamento de esgoto sanitário, o que é política e socialmente preocupante.
Caso o serviço público não atue com mais políticas voltadas aos moradores de áreas com problemas de saneamento, alagações e habitações, o cenário para o futuro é preocupante, principalmente com o agravante das mudanças climáticas.
90 milhões em Publicidade
De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura, o orçamento para “Divulgação e Publicidade das Ações Municipais” aprovado na Lei Orçamentária Anual de 2023 é de R$ 92,8 milhões. Enquanto isso, a parcela para prevenção e respostas a desastres destinado para uso da Defesa Civil é de apenas R$ 2,5 milhões, não chega a 3% do valor destinado à publicidade.
Não restam dúvidas de que esse valor poderia estar sendo também destinado ao saneamento básico da cidade.
Recentemente, a CMM aprovou um empréstimo de 600 milhões para a gestão David Almeida. Conforme a prefeitura, a verba deve ser destinada a obras na cidade, dando continuidade ao Programa de Melhoria da Infraestrutura Urbana e Tecnológica (Prominf). Com isso, a gestão David Almeida soma um endividamento em mais de R$ 1,1 bilhão em empréstimos. A má administração pode deixar Manaus com sérios problemas econômicos no futuro.