modernas” (Ancient and Modern Gems and Jewels) publicado pelo Fundo da Coleção Real (Real Royal Collection Trust – RCT), apresentando uma seleção de pedras preciosas e joias pertencentes à coleção da realeza britânica, foi retirado do ar na última quinta-feira (13) por conter mais de 40 menções a termos raciais ofensivos, após o jornal inglês The Independent apontar o problema em uma reportagem.
O documento foi originalmente publicado pelo Royal Collection Enterprises Limited em 2008 e estava no site oficial do órgão desde então. A descoberta mais recente ocorreu depois que o mesmo periódico também revelou, há cerca de duas semanas, que documentos do Departamento de Trabalho e Pensões do Reino Unido utilizavam palavras discriminatórias.
O caso anterior mostrava o termo racista usado por médicos para avaliar pedidos de benefícios do governo. A ofensa também estava visível na seção de comentários de uma página do próprio site do governo desde 2015. A palavra foi classificada pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, como “inapropriada e ofensiva”, após as revelações do jornal britânico.
Caso do racismo em descrição de joias
No catálogo, os termos agressivos são usados principalmente para descrever pessoas de ascendência africana que aparecem nas joias reais. As palavras também estão incluídas em vários nomes de itens da coleção.
Um broche é descrito nos seguintes termos: “Cabeça de ‘negão’ em perfil de três quartos à direita, com brinco de pérola pendente. Esse tipo de cabeça de negro é encontrado em vários camafeus do século XVI.”
O fundo responsável pelas joias disse que os documentos estão continuamente “sob revisão”. O órgão da realeza é um dos responsáveis por administrar as joias reais britânicas, a maior coleção de arte privada do mundo. Em novembro, a família real enfrentou protestos públicos depois que uma ex-funcionária da casa real questionou a origem de uma executiva negra.
Polêmicas antigas
A duquesa de Sussex, a ex-atriz Meghan Markle, primeira mestiça a se casar com um nobre da realeza britânica em séculos, afirmou em 2021 que um membro da família real não identificado perguntou ao príncipe Harry o quão escuro o tom de pele de seu filho poderia ser, antes do filho do casal, o príncipe Archie nascer.
Na época, a rainha Elizabeth II emitiu um comunicado dizendo que o tema seria tratado de maneira privada e que “algumas lembranças podem variar”. O príncipe William também foi forçado a negar que a família real seria racista após uma entrevista de Meghan e Harry a um canal de televisão norte-americano.
*g1 / Foto: AP – Alberto Pezzali