A seca severa obrigou a interdição da praia da Ponta Negra de Manaus, principal balneário da cidade. O banho está proibido no local a partir desta segunda-feira (2). Um laudo indica que o mergulho fica perigoso na praia quando o Rio Negro fica abaixo dos 16 metros.
A medida é temporária e deve durar 90 dias. Além disso, a interdição anunciada nesta segunda-feira vale apenas para o banho nas águas do Rio Negro. O calçadão da Ponta Negra e o passeio na areia permanecem liberados.
Um laudo, assinado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), responsável pelos levantamentos hidrológicos no Amazonas, recomendou o fechamento temporário da praia. Segundo o documento, o aumento brusco de profundidade coloca em risco a vida de banhistas.
O documento aponta que a obra de aterro realizada em 2018 para aumentar a extensão da praia artificial gerou uma superfície irregular.
Com isso, houve um aumento de profundidade em toda a extensão, contribuindo para a elevação do risco para os usuários da praia durante a vazante. Assim, além do fechamento, o SGB recomenda a realização de um estudo geotécnico para avaliar a estabilidade do aterro.
No laudo, o SGB também mostra que, considerando a cota atual do rio Negro, a distância entre a margem e a faixa de segurança para os banhistas é muito restrita.
De acordo com o pesquisador em geociências do SGB e responsável técnico do laudo, André Martinelli, o fenômeno climático El Ninõ prolonga a intensidade da seca e, além disso, há consequência advinda do Atlântico norte aquecido.
“O nível do rio Negro em Manaus teve uma descida de nível muito acelerada, com redução de mais de 7 metros de coluna d’agua em apenas 20 dias. Quanto mais baixa a cota do rio, menor a distância dos usuários das depressões abruptas”, alertou o responsável pelo laudo.
Na sexta-feira (29), o nível do rio atingiu o limite definido pelo TAC, baixando para 15,88 metros. Nesta segunda-feira (2), o rio mede 15,29 metros.
*Com informações da Assessoria