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‘Sensação de alívio’, diz ex-madrasta de jovem condenado por estupro de irmã e prima preso na Argentina

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A ex-madrasta do jovem condenado por estupro de irmã e prima disse ao g1 que está “aliviada” com a prisão dele nesta quinta-feira (19). O ex-estudante de medicina foi encontrado em Mar Del Plata, na Argentina, onde trabalhava como garçom em um restaurante. O g1 não divulga nome e foto do jovem para preservar as vítimas.

“A gente ficou sabendo da prisão em si pela imprensa. Estamos aliviadas porque fizemos tudo por causa das crianças e perguntei para minha filha se ela queria que ele fosse preso, porque quer queira quer não, ela é sangue dele e ela disse que sim”, afirmou a mãe de uma das vítimas.

Na manhã desta quinta-feira (19), a ex-madrasta contou para a filha da prisão e a menina que hoje tem 10 anos, disse que gostou.

“Não sei o que vai acontecer daqui para frente. Mas a gente se sente aliviada, por tudo que passamos”, destacou.

Não denunciar só protege o abusador

Ela disse que recebeu muitos relatos de vítimas que informaram que depois que denunciaram conseguiram seguir com a vida.

“Uma pessoa que tinha sido estuprada pelo pai estava com baixa autoestima, depressão e depois que denunciou conseguiu se recuperar e hoje está vivendo uma vida melhor. Por isso, é importante denunciar porque muita gente se cala com medo de julgamentos e isso só protege o abusador”, destacou a ex-madrasta, que disse não ter falado com o pai do ex-enteado ainda.

Prisão na Argentina

ex-estudante de medicina condenado a 33 anos e oito meses de prisão por estupro de vulnerável contra uma irmã e uma prima em Teresina, foi preso na manhã desta quinta-feira (19). Ele estava foragido há mais de um ano e foi encontrado na cidade de Mar del Plata, na Argentina.

Em novembro de 2022, o jovem foi condenado pelos estupros contra a prima de 12 anos e a irmã de nove anos. Pelo estupro de outra irmã, com então 3 anos, o réu foi absolvido. Pelo crime contra a prima, o juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal de Teresina, determinou pena de 10 anos, 4 meses e 7 dias pelo abalo psicológico e relações domésticas. Já contra a irmã de nove anos, a pena foi de 23 anos e 4 meses, sendo consideradas além do abalo psicológico, relações domésticas e ser irmão paterno da vítima.

“Diante de novas informações de que ele estaria residindo na cidade de Buenos Aires, apresentando-se com nova identidade, foram realizadas diligências de campo e em ambiente cibernético, que resultaram na localização, confirmação de identidade e prisão do investigado”, informou a Polícia Civil.

A prisão foi efetuada com apoio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), do Corpo de Investigação Judicial (CIJ) do Ministério Público Fiscal de Buenos Aires e da Polícia Federal Argentina. No Piauí, a investigação foi presidida pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA).

“Quando chegou a informação do paradeiro dele em outro país, a gente representou pela inclusão dele na Difusão Vermelha, um órgão que engloba mais de 190 polícias judiciárias. Depois de o nome dele estar incluso, qualquer polícia membro da Interpol pode dar cumprimento ao mandado de prisão expedido contra um indivíduo”, contou o delegado Yan Brayner.

A Polícia Civil informou ainda que o ex-estudante de medicina chegou a morar em Buenos Aires, onde morava em um hostel e trabalhava como garçom em um restaurante. Após a condenação, ele se mudou para Mar del Plata.

Ele tinha uma vida tranquila na cidade de Buenos Aires, tinha até um trabalho, mas quando saiu a condenação, acredito que isso mexeu com o emocional dele, ele mudou pra uma nova cidade, Mar del Plata, que é onde ele foi preso. A Legislação da Argentina é um pouco diferente da nossa. Uma vez que ele é um preso internacional, ele já fica incomunicável. Falou apenas com o juiz e vai ser oportunizado que ele fale com a defesa técnica”, explicou o delegado Anchiêta Nery.

Os crimes

Polícia investiga estupros contra crianças em Teresina — Foto: Caroline Oliveira/g1

Os crimes foram denunciados pelas mães das vítimas à Delegacia de Proteção à Criança e Adolescência (DPCA), em Teresina, em setembro de 2021. As vítimas, de 3 a 15 anos na época, revelaram os abusos, que ocorriam entre jogos e brincadeiras, segundo a polícia, principalmente dentro do quarto do estudante, que morava com o pai, a madrasta e as duas irmãs.

Ele estudava medicina em uma faculdade em Manaus, depois das denúncias foi expulso do curso e fugiu. Em mensagem à madrasta, o estudante chegou a confessar o crime e pediu perdão.

Foragido há mais de um ano

Um mandado de prisão preventiva contra o ex-estudante foi expedido pela Justiça no dia 7 de outubro de 2021. Buscas foram feitas em pelo menos cinco endereços em Teresina e em outro em Manaus (AM).

A Polícia Federal chegou a emitir alerta para os aeroportos após o estudante de medicina suspeito de estupro de vulnerável ser considerado foragido.

*g1

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Last Updated on 19 de janeiro de 2023 by Redação OPP