Serviço ambiental alerta sobre riscos de soltar peixe-dourado de aquário que fica gigante na natureza

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Nos últimos anos, circularam na internet diversas imagens que mostram o impressionante tamanho que podem atingir os pequenos peixes-dourados, aqueles bem comuns em aquários, quando estes animais são soltos na natureza. Diante do aumento do número de casos, nos últimos dias o U.S. Fish and Wildlife Service, o departamento de vida selvagem dos EUA, emitiu um comunicado alertando os tutores destes animais a não fazerem isso e explicando o que acontece quando um animal desta espécie é despejado no lugar errado.

Na postagem, o órgão ambiental afirma que os peixes dourados podem parecer pequenos e inofensivos, mas são uma espécie invasora e podem causar sérios danos às espécies nativas. “Uma vez fora do tanque, eles se transformam em gigantes destruidores de ecossistemas. Na natureza, eles podem crescer tanto quanto uma bola de futebol, arrancar plantas, agitar sedimentos e comer qualquer coisa que caiba em suas bocas. Isso prejudica a qualidade da água, destrói o habitat natural e expulsa os peixes nativos”, diz o post.

Por isso, o departamento de vida selvagem argumenta que, caso os tutores não desejem mais ficar com o animal em casa, devem seguir uma destas opções:

  • Realoja-los: Pergunte a pet shops, aquários ou amadores locais se podem receber o seu peixinho. Além disso, escolas, casas de repouso e centros comunitários geralmente têm aquários e podem aceitar seus peixes.
  • Devolva-os: Algumas pet shops e abrigos aceitam peixes indesejados
  • Se comunique: Entre em contato com aquários locais ou grupos de resgate, grupos de mídia social dedicados a aquários e aquaristas. Muitas pessoas estariam dispostas a ajudar você a realocar seu peixe de estimação.

Os peixes dourados, que pertencem à espécie Carassius auratus, foram domesticados na China há cerca de 1.000 anos e se tornaram populares nos EUA como animais de estimação no final dos anos 1800. Mas esses peixes de água doce da família das carpas têm sido cada vez mais soltos na natureza, seja por donos de animais de estimação que não querem mantê-los ou que acreditam que estão fazendo uma boa ação ao libertá-los.

Os peixes dourados se alimentam agitatando sedimentos, arrancando plantas e tornando a água turva. Isso perturba o delicado equilíbrio dos ecossistemas aquáticos, dificultando a sobrevivência de peixes e plantas nativos. Eles também se multiplicam rápido, desovam várias vezes por temporada e, como não têm predadores naturais na maioria das águas norte-americanas, suas populações explodem. Além disso, podem ser portadores de parasitas e doenças aos quais os peixes nativos não têm imunidade, criando um efeito cascata de danos em todo o ecossistema.

Um dos peixes gigantes presentes no post do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, apelidado de brincadeira de “megalodon” em homenagem a um tubarão pré-histórico, foi encontrado no Lago Erie, na região dos Grandes Lagos, mas os especialistas afirmam que já constataram a presença destes animais também perto de diversos portos e baías.

“Com recursos suficientes, os peixes-dourados podem crescer muito rapidamente, especialmente na ausência de predadores de topo”, diz Christine Boston, uma bióloga aquática e pesquisadora da Fisheries and Oceans Canada. Essencialmente, eles podem se tornar grandes demais para os peixes dos Grandes Lagos e os predadores de topo consumirem. “Tente comer uma bola de futebol”, brinca Boston.

Fonte: Um Só Planeta/Foto: Divulgação USFWS

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