O volume de serviços no Brasil apresentou variação de 0,3% em dezembro de 2023, segundo resultado positivo consecutivo, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (9).
Com o resultado, o setor acumula um ganho de 1,2% nos dois últimos meses do ano e recuperando parte da perda verificada no período entre agosto e outubro (-2,1%).
Já na comparação com dezembro de 2022, houve queda de 2,0%, a mais intensa desde janeiro de 2021 (-5,0%). Mesmo assim, no acumulado de 2023, o setor fechou com alta de 2,3%, terceiro ano seguido de crescimento.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, os serviços perderam fôlego, ao reduzirem a magnitude de crescimento de 3,1% em novembro para 2,3% em dezembro de 2023.
Com o acréscimo de 0,3% no mês de dezembro, o setor de serviços está 11,7% acima do nível de pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica (dezembro de 2022).
A última vez que o setor de serviços havia crescido por três anos consecutivos foi no período de 2012 a 2014, quando acumulou um ganho de 11,3%. No triênio mais recente, de 2021 a 2023, a expansão foi ainda mais expressiva, com avanço de 22,9%.
O IBGE destaca que o crescimento de 2,3% observado em 2023 foi o menos intenso da sequência. Em 2021, a alta foi de 10,9%, enquanto em 2022, de 8,3%.
Destaques
Em 2023, quatro das cinco atividades da PMS tiveram taxas positivas, acompanhadas por crescimento em 55,4% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, destacam-se os serviços de informação e comunicação, com alta de 3,4%, e de profissionais, administrativos e complementares, com expansão de 3,7%.
No primeiro, os principais impactos foram do aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de telecomunicações; desenvolvimento e licenciamento de softwares; desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; tratamentos de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na Internet; e portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet.
Já nos serviços profissionais, administrativos e complementares o resultado foi impulsionado pela expansão de locação de automóveis; serviços de engenharia; cobranças e informações cadastrais; atividades de intermediação de negócios em geral; e agências de viagens.
Serviços prestados à família
O crescimento dos serviços prestados às famílias, que com a alta de 3,5%, ultrapassou, pela primeira vez, o patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). Era a única atividade da pesquisa que ainda não havia ultrapassado esse nível.
Com o resultado, os serviços prestados às famílias encontram-se no maior nível desde fevereiro de 2016.
“É um setor que veio, pouco a pouco, eliminando as perdas da pandemia. Houve uma mudança na configuração das atividades. Os serviços de aplicativos de entrega, por exemplo, acabaram se apropriando de uma parte das receitas dos restaurantes, havendo, assim, uma transferência de receita entre dois setores do setor de serviços”, exemplifica Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Além disso, a retomada em bom ritmo da atividade turística ajuda ao setor de alojamento e alimentação, fundamental para a atividade de serviços prestados às famílias.
Turismo
O segmento teve alta de 1,4% na comparação com novembro. O índice de atividades turísticas se encontra 3,6% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 3,7% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014).
Regionalmente, oito dos 12 locais tiveram alta, com destaque para Rio de Janeiro (4,2%) e São Paulo (1,1%), seguidos por Rio Grande do Sul (8,1%), Ceará (10,5%) e Santa Catarina (4,8%). No lado das quedas, Distrito Federal (-3,9%) e Espírito Santo (-7,4%) tiveram os principais recuos.
Na comparação entre dezembro de 2023 e dezembro de 2022, houve expansão de 1,4%, marcando a 33ª taxa positiva seguida. No acumulado de 2023, o agregado especial de atividades turísticas apresentou crescimento de 6,9% com dez dos 12 locais investigados em alta.
Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil/ *CNN Brasil