Free Porn
xbporn

Setembro Verde: mais de 60 mil estão à espera por transplante no país

Publicado em

Estamos no Setembro Verde, em razão do Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado anualmente em 27 de setembro. A data foi estabelecida pela Lei nº 11.584/2007 com o intuito de conscientizar a sociedade sobre a importância da doação, já que no Brasil é crime vender ou comprar órgãos humanos.

Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), mais de 60 mil pessoas estão à espera de um transplante e outras 3 mil, em média, morrem enquanto aguardam a cirurgia para receber o novo órgão.

Todas as pessoas que precisam de uma doação vão para a mesma fila, que respeita ordem cronológica, mas também leva em conta o estado de saúde do paciente.

A associação aponta que, nos primeiros seis meses deste ano, foram feitos 4.579 transplantes de órgãos, 8.260 de córnea e 1.613 de medula óssea. Até junho, 64.265 adultos e 1.284 crianças estavam na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes, sob responsabilidade do Ministério da Saúde.

O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde – SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país.

Porém, apesar de ser uma referência e um dos líderes mundiais em número de transplantes, o Brasil enfrenta altas taxas de recusa na doação e outros entraves. Conforme a ABTO, só no primeiro semestre de 2024 foram 1.793 mortes, sendo 46 crianças.

 

Alta demanda

Entre os adultos, a maior fila de espera é por rim (35.695), por ser o órgão mais atingido pelas doenças mais comuns no Brasil, como a diabetes e a pressão alta. Em seguida estão córnea (26.409) e fígado (1.412). Entre as crianças, lideram córnea (749), rim (396) e fígado (75).

A taxa média de espera por um órgão é de 18 meses, mas o tempo varia bastante de acordo com o tipo de transplante, as condições clínicas do paciente, as compatibilidades e o volume de doadores. Entretanto, a fila não para de crescer.

Em 2023, o país bateu recordes nos números de transplantes. De janeiro a junho de 2023, o Brasil registrou mais de 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, marcando um recorde em comparação com o mesmo período dos últimos dez anos. Isso possibilitou a realização de mais de 4,3 mil transplantes, de acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), ainda assim, o número de procedimentos feitos não dá conta da fila.

O feito também se repetiu no estado de Goiás. De acordo com Katiuscia Christiane Freitas, gerente de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o estado fechou o ano com o maior número de doadores em uma série histórica, com 113 doadores. “Esse número é bem aquém da necessidade da lista de transplantes”, afirma ela.

“Temos milhares de pessoas aguardando por um transplante, o número de procedimentos quando comparado à lista de pessoas inscritas, é muito desproporcional. É preciso trabalhar essa sensibilização das família, para que possamos ter esse assunto mais abordado na sociedade como um todo, para aumentar o número de doadores. Falar de doação de órgãos é falar também da morte e este ainda é um assunto tabu. Então é preciso que as pessoas conversem sobre o assunto e saibam o desejo do familiar”, pontuou a gerente.

Desafios

A recusa familiar continua sendo a principal causa da não doação de órgãos, segundo dados da ABTO. No país como um todo, a média atual é de 45% de recusas, mas há grande variação regional. Por exemplo, no Paraná é de 25%, e no Acre, de 77%.

Segundo Katiuscia, essa recusa ainda está muito ligada à desinformação e a falta de treinamento dos profissionais da saúde para que as famílias consigam compreender a situação da pessoa falecida.

Essas negativas têm grande impacto no número de transplantes. Em 2023, de cada 14 pessoas aptas a doar, apenas duas se tornaram doadoras de fato. Ou seja, o número de doações poderia mais que triplicar. Levando em conta que cada pessoa que doa pode salvar várias outras pessoas, isso poderia mudar a história de muitos pacientes que estão à espera.

No Brasil, ainda que a pessoa se declare doadora, o que pode ser feito no RG ou por um certificado online, é a família que tem a palavra final.

Veja, abaixo, alguns detalhes sobre a doação de órgãos e como ela funciona no Brasil:

1) Quem pode doar?

Apenas pessoas que tiveram morte cerebral (encefálica) podem doar órgãos sólidos. Já a córnea pode ser doada por qualquer pessoa, independentemente de como foi a morte. Nesse caso, o coração não precisa estar batendo. Para doar a medula, por outro lado, o doador precisa estar vivo.

A pessoa também pode ser doadora após a morte, mesmo que tenha tido doenças como diabetes, hipertensão, doença de Chagas e hepatites B e C. Nesses casos, a saúde do órgão é avaliada antes de a doação ser feita (como acontece quando o paciente falecido não tinha essas doenças).

No caso das hepatites B e C, por exemplo, a doação pode ser feita para um paciente que já tem a doença. Até o fígado pode ser doado, desde que esteja em boas condições.

2) Existe algo que impeça alguém de doar um órgão?

Existem poucos impedimentos para ser doador após a morte. Entre eles estão HIV, câncer e infecção severa no órgão que vai ser doado. No caso do HIV, o transplante não pode ser feito mesmo que as duas pessoas tenham o vírus.

3) Quais órgãos e tecidos podem ser doados?

  • Coração
  • Fígado (pode ser doado em vida)
  • Intestino
  • Pâncreas
  • Pulmão
  • Rim (pode ser doado em vida)
  • Córnea (tecido)
  • Multivisceral (estômago, intestino e outros órgãos são retirados em um único bloco)
  • Medula (só pode ser doada em vida; procedimento é de baixo risco)
  • Pele
  • Osso
  • Tendões

Cada órgão tem um tempo máximo diferente para ser retirado e doado a um receptor: esse tempo é chamado de tempo de isquemia fria. Para coração e pulmão, por exemplo, o prazo é de 6 a 8 horas. Para o fígado, de até 12 horas. Para o rim, 24 horas.

Segundo os especialistas, o órgão mais difícil de encontrar é o pulmão – porque depende de fatores adicionais, como o tamanho do doador e do receptor, que precisam ser compatíveis. O coração tem o mesmo problema. Já o transplante de intestino, apesar de já ter sido feito no país, ainda é inicial.

4) Como ser doador?

No Brasil, a doação de órgãos depende da decisão da família. Por isso, é importante que, em vida, a pessoa converse com os familiares e esclareça a sua decisão.

Existem duas formas de se declarar doador: a carteira de identidade e a autorização eletrônica para doação de órgãos. As declarações incluem a pessoa no cadastro de doadores e, com isso, a equipe médica consegue saber que se trata de um doador e conversar com a família.

Foto:Divulgação/Ministério da Saúde/ *Metrópoles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe

Assine Grátis!

spot_imgspot_img

Popular

Relacionandos
Artigos

Vice de Marçal para Prefeitura de SP, PM Antônia de Jesus quer clube de leitura nas escolas

o ensino fundamental na rede municipal paulista, São Paulo ficou...

Brad Pitt cogita se mudar para a Europa após afastamento dos filhos

O ator Brad Pitt está considerando uma mudança radical...

Ataque israelense mata 22, incluindo 13 crianças, em escola usada como abrigo em Gaza

Pelo menos 22 pessoas foram mortas em um ataque aéreo...

A partir deste sábado, candidatos das eleições 2024 não podem ser presos

A partir deste sábado (21), os candidatos às eleições...