SIGAM OS QUE FOREM PATRIOTAS!

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Quando Caxias, na travessia do rio Itororó, na Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) contra o Paraguai do ditador Francisco Solano Lopez, repito, quando o Exército Brasileiro de Caxias depois de cinco investidas frustradas contra o exército paraguaio e sem o grande general Osório que se atrasou por conta do deslocamento em terrenos de difícil locomoção de tropas, repito, quando, já ter perdido centenas de homens feridos ou mortos e a tropa sem energia para o combate e desesperançosa depois das cinco vezes que os soldados tiveram que recuar perante a travessia daquele rio profundo, de águas fortes e traiçoeiras, naquela ponte estreita e perigosa no meio de escarpas de rochedos, repito, diante do caos, o marechal Marquês de Caxias, aos 67 anos, montou em seu cavalo, desembainhou a sua espada e, diante da tropa admirada, se encaminhou para o início da pequena ponte. Seus braços anciãos ergueram a espada como se quisesse cutucar a porta do céu e pedir ajuda a Deus. Em seguida, ele aponta para a ponte, se volta para aqueles bravos homens, famintos e sedentos, quase mortos de cansados, e diz: “Sigam-me os que forem brasileiros!”. Uma força descomunal ergueu cada um daqueles que ali estavam e, na segunda passada do cavalo de Caxias, os ruídos dos cascos dos outros cavalos já se fizeram ouvir logo atrás do marechal. Foi uma só galopada heroica sobre os adversários. Nada, nem o medo, nem o terror, foi capaz de impedir aquela força patriótica de vencer a batalha. Era a sexta investida. Do lado brasileiro foram 1.864 baixas. Do lado paraguaio foram 1.600 baixas. O brigadeiro Hilário Maximiniano Antunes Gurjão foi uma das vítimas dos combates. Pais e mães perderam seus filhos, seus soldados, seus orgulhos, suas esperanças. Uma ponte simples, colocada ali, sobre aquele pequeno rio, assistiu, perplexa, ao espetáculo da guerra. Talvez, as “pontes” que existem na nação brasileira hoje precisam assistir a um espetáculo parecido para entender que uma nação é forjada com sangue e vidas do seu povo patriota. Aqueles homens chefiados por um veterano da guerra, um bravo e destemido ancião, jamais iriam entregar de bandeja a sua terra e o seu povo para um ditador, para um ladrão de sonhos. Suas casas, suas fazendas, suas mulheres, seus filhos, suas namoradas, sua Pátria, não, jamais deixariam de proteger, mesmo com luta sangrenta, sem medo de morrer. O Dia do Soldado não é o dia de um general qualquer, que jamais manchou de sangue a lâmina da espada, o “Dia do Soldado” é o dia de Caxias, aquele que bradou: SIGAM-ME, OS QUE FOREM BRASILEIROS!

Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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