Tentativa de golpe não pode ser anistiada

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MANAUS – A tentativa de golpe urdida no Palácio do Planalto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, não pode ser anistiada pela sociedade brasileira como fez o Congresso Nacional ao fim da ditatura militar iniciada em 1964. É preciso punir todos os responsáveis e partícipes daqueles atos abomináveis e atentatórios contra a democracia brasileira.

Infelizmente há quem minimize os atos desvendados por investigação da Polícia Federal, e tente criar uma cortina de fumaça com o discurso de que o ex-presidente e seus asseclas estavam preocupados apenas com a lisura do processo eleitoral.

Já houve, inclusive, defesa pública, por parlamentares bolsonaristas, de anistia aos que tramaram e participaram da tentativa de golpe e da baderna de 8 de janeiro de 2023.

Houve, sim, uma tentativa de golpe, arquitetada com a participação do ex-presidente, e que culminou com o vandalismo de 8 de janeiro de 2023, quando os “patriotas”, vestindo verde e amarelo, invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República.

As investigações demonstram como os que estavam no poder, percebendo uma iminente derrota, tentavam manter-se no comando do país, mesmo que para isso fosse necessário o uso da força, ou melhor, das Forças Armadas.

O golpe não se consolidou pela resistência de alguns ocupantes de postos de comando das Forças Armadas, e as investigações mostram como essas pessoas se tornaram alvos fáceis dos que defendiam o golpe, das chamadas milícias digitais em favor de Bolsonaro.

Diante de todas as provas trazidas pela Polícia Federal sobre a movimentação dos golpistas, Bolsonaro convocou aliados para um ato no dia 26 deste mês, na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo ele, a intenção é se defender das acusações que pesam contra ele e “defender o estado democrático de direito”.

Parece piada de mal gosto. Aquele que queria se manter no poder pela força, agora quer pregar a democracia. Falácia. A intenção é contestar as decisões judiciais e as investigações que estão trazendo à luz a arquitetura do golpe e seus artífices.

Bolsonaro quer testar sua popularidade, o que pode custar muito caro às instituições que impediram o golpe, e, principalmente, ao Supremo Tribunal Federal, que desde o início do governo Bolsonaro se tornou alvo da sanha bolsonarista.

O golpe, inclusive, incluía planos de prisão de membros do STF, e até a morte do ministro Alexandre de Moraes, que agora julga os processos da Operação Tempus Veritatis.

Bolsonaro está acuado depois que a podridão que veio à tona com a investigação da Polícia Federal. Resta saber se ele vai ter tempo e espaço para construir um movimento de resistência e escapar de eventuais punições pela tentativa de golpe.

Fonte: Amazonas Atual/Foto: Reprodução

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