Traficantes da maior facção criminosa do Rio invadiram, no último fim de semana, a Favela da Muzema, no Itanhangá, na Zona Oeste, que até então tinha territórios controlados por uma milícia. Relatos que circulam nas redes sociais revelam que cerca de 30 homens armados de fuzis entraram na comunidade, por volta das 17h30 da última sexta-feira. Os invasores seriam da Favela do Mandela, em Manguinhos, na Zona Norte. Eles teriam entrado no local por uma mata e por um acesso da Estrada de Jacarepaguá.
Ainda não se sabe se alguém foi ferido ou morto durante a invasão. Entre a última sexta-feira e este domingo, quem passou por ruas da comunidade foi abordado por bandidos e obrigado a entregar o celular para ser inspecionado pelo grupo. Os traficantes revistavam os aparelhos telefônicos em busca de fotos ou de contatos de milicianos. Com medo de ser confundido com paramilitares, os moradores têm evitado sair na rua levando celulares. Câmeras externas instaladas em pontos do comércio da favela também foram quebradas pelos invasores.
— Eles chegaram quebrando câmeras do comércio e revistando os telefones dos moradores. As pessoas estão evitando andar com o celular na rua com medo de serem confundidas. Está muito complicado. A gente não sabe a hora que vai sair tiro. Está todo mundo aqui com medo — disse um morador.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra homens armados de fuzis, no último sábado, circulando em uma quadra da Muzema. O bando já teria, inclusive, implantados pontos de venda de drogas na comunidade. Neste domingo, tiros teriam sido ouvidos na favela, mas não há informações sobre feridos ou mortos.
Patrulhas da Polícia Militar também foram vistas na comunidade neste domingo, mas não há informações de presos. Procurada, a PM informou ter intensificado o patrulhamento na região. Abaixo, a íntegra da nota enviada pela corporação.
” A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, assim que tomou conhecimento do fato, o 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) enviou equipes ao local, intensificando o patrulhamento na região.”
Fonte: O Globo/Foto: Redes Sociais.
