Violência sexual relacionada a conflitos no mundo sobe 25% em 1 ano

Publicado em

As Nações Unidas lançaram o relatório “Ajude-nos a viver com dignidade, não apenas a sobreviver” pedindo respostas para enfrentar uma alta sem precedentes de violência sexual relacionada a conflitos.

A ONU estima que, somente no ano passado, 4,6 mil pessoas sobreviveram a este tipo de crime, o que revela um aumento de 25% em relação a 2023.

O 16º Relatório Anual do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Violência Sexual Relacionada a Conflitos, apresentado nesta quinta-feira, enfatiza que esses números não refletem a dimensão global e a prevalência deste tipo de violência.

Entre os países com o maior número de casos estão República Democrática do Congo, Haiti, República Centro-Africana, Somália e Sudão do Sul.

A única nação de língua portuguesa, citada no estudo, Moçambique registra casos de mulheres e meninas deslocadas, refugiadas e migrantes que enfrentaram padrões generalizados de violência sexual relacionada a conflitos.

Também em Burquina Fasso, República Democrática do Congo, Haiti, Líbia, Mianmar, Somália, Sudão do Sul e Sudão crimes de violência sexual de grupos estatais e não estatais geram desalojados.

As violações desencorajam o retorno das vítimas e seus familiares.

Tortura, humilhação e extração de informações

A violência sexual relacionada a conflitos ocorre ainda em ambientes de detenção formais e informais com casos de tortura, humilhação e extração forçada de informações.

Os alvos são principalmente homens e meninos, mas também mulheres e meninas.

No caso de grupos armados não estatais, a violência sexual é uma forma de consolidar o controle sobre territórios e recursos naturais e perpetuar ideologias

extremistas. A proliferação e a ampla disponibilidade de armas de pequeno porte e armamento leve estimulam a prática.

A ONU cita ainda casos de deslocamento em massa e a insegurança alimentar que expuseram mulheres e meninas a um alto risco de violência sexual.

Casos de sequestros e tráfico humano em conflitos para fins de escravidão e exploração sexual são outra tendência observada no relatório. Estes delitos são cometidos inclusive por grupos terroristas sob sanções do Conselho de Segurança.

Falta de acesso

Pela primeira vez, o documento apresenta um apêndice pelo qual várias partes são notificadas para partilhar dados para uma possível inclusão no próximo relatório do secretário-geral.

Essa medida visa minimizar a falta de acesso aos locais que devem ser examinados por monitores das Nações Unidas em contextos como o conflito entre Israel e o Território Palestino e regiões da Ucrânia que foram temporariamente tomadas.

Os autores do relatório defendem que nessas realidades foi um desafio verificar e determinar definitivamente os padrões, as tendências e sistematicidade da violência sexual.

Fonte: Metrópoles/Foto: Reprodução

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe

Assine Grátis!

Popular

Relacionandos
Artigos

O que diz o novo decreto da Igreja Católica sobre sexo no casamento

Um novo decreto da Igreja Católica atualiza orientações sobre sexo no casamento para...

Redução de pena de Bolsonaro emperra na Câmara, e PL cobra acesso ao relatório da anistia

Parlamentares de oposição afirmam que ainda não tiveram acesso ao relatório...

Brasil tem 16,4 milhões de moradores de favelas em 12.348 comunidades do tipo, revela IBGE

O Censo 2022 identificou 12.348 favelas e comunidades urbanas espalhadas...

Cary-Hiroyuki Tagawa, ator de ‘Mortal Kombat’ e ‘Pearl Harbor’, morre aos 75 anos

Morreu, nesta quinta-feira (4), Cary-Hiroyuki Tagawa, ator japonês que...