Início Popular Viva o autismo: “O amor que abraça o mundo” 

Viva o autismo: “O amor que abraça o mundo” 

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No dia 2 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2007. Essa data foi escolhida visando levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito contra os indivíduos que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal; entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar essas pessoas a melhorar sua relação com o próximo.

No mundo, segundo a ONU, acredita-se haver mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo.

No Brasil, é preciso alertar, sobretudo, as autoridades e governantes para a criação de políticas de saúde pública para o tratamento e diagnóstico do autismo, além de apoiar e subsidiar pesquisas na área. Somente o diagnóstico precoce, e consequentemente iniciar uma intervenção prematura, pode oferecer mais qualidade de vida às pessoas com autismo, para termos ideia da dimensão dessa realidade no Brasil. E mudá-la.

O Primeiro Portal entrevistou na semana que antecedeu o Dia do Autista, o Instituto Autismo no Amazonas, e familiares do jovem autista Benjamim Nathan, para compartilhar com o leitor o dia a dia de crianças com autismo.

A instituição

O Instituto Autismo no Amazonas, localizado no bairro Parque Dez, há 12 anos trabalha o método terapêutico continuado. Fundado por um grupo de pais de crianças portadoras de TEA, sentiram a necessidade de mais ambientes educacionais voltados para pessoas com autismo, e que pudesse atender as dificuldades e necessidades que muitos pais enfrentam quando descobrem o laudo médico dos filhos. Desta forma, construindo uma grande rede de apoio na região de Manaus.

A instituição cuida atualmente de 65 crianças, e conta com apoios estaduais e municipais, mas, mesmo assim, afirma que não é o suficiente para manter as despesas da sede. O fundador da instituição, Seu Joaquim, conversou com OPP e relatou as dificuldades enfrentadas por eles diariamente.

“A gente está com mais de 300 pessoas na fila de espera, temos uma grande procura. Qualquer foto que postamos, por exemplo, um menino fazendo atividade, em vez de vir alguém que pode ajudar, não, vem dez famílias pedindo uma vaga. Porque é uma demanda muito grande, e infelizmente não temos o espaço adequado para comportar essa quantidade”, destacou o diretor, Joaquim. 

https://instagram.com/institutoautismonoamazonas?igshid=YmMyMTA2M2Y=

Os serviços ofertados pela Instituição são de atendimentos especializados, individual e em grupo, com equipe multiprofissional composta de psicóloga, assistente social, fonoaudióloga, fisioterapeuta, nutricionista e pedagogo, para atendimento de pessoas com transtornos do espectro autista, familiares e comunidade. 

“Temos o sentimento de ajudar, mas também temos o sentimento de não conseguir ajudar a todos que precisam no dia a dia. Às vezes, temos o sentimento que as condições vão melhorar, mas, quando não passamos em alguns editais, ficamos limitados no atendimento e espaço. Infelizmente, somos empurrados por essa necessidade”, disse Joaquim. 

Processo Seletivo – O ingresso de crianças na instituição se dá por meio de processo seletivo. Através da procura espontânea do público na sede, para realização de um pré-cadastro com a assistente social, após esse processo, eles entram na fila de espera para concorrer a uma vaga, quando abre. 

Indivíduos com TEA podem e devem conquistar seu lugar na sociedade porque eles também têm aptidões e talentos específicos em determinadas áreas do conhecimento. Muitos podem, por exemplo, concentrar-se fortemente em apenas uma coisa, por isso, alguns tornam-se pianistas, cantores ou profissionais incríveis. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, uma em cada 160 crianças possui TEA.

“Hoje a sociedade está mais aberta ao autismo, as mães atípicas lutam pela inclusão dos seus filhos em todos os espaços, e essa luta está cada vez mais forte, graças também às redes sociais. Que nos permite ter esse ambiente de troca”, finalizou Joaquim, fundador do Instituto Autismo no Amazonas. 

Evento 

Em comemoração ao dia do Autista, o Instituto Autista no Amazonas estará promovendo um estande de vendas no Manauara Shopping, entre os dias 2 a 5 de abril, voltado ao público de todas as idades. O espaço contará com adereços, camisas, cordões, entre outras produções realizadas pelas crianças e profissionais da Instituição, todas com o símbolo do autismo. 

Para 2023, o instituto trabalha o tema “Somos todos Diferentes”, para conscientizar e aproximar pessoas. 

Conheça Benjamim Nathan 

O jovem Benjamim Nathan, de 17 anos, é portador de autismo no grau leve, descoberto ainda quando criança, após seus pais notarem que seu comportamento social era mais intimista. 

Para ter um diagnóstico preciso, a família buscou pesquisar, entender e procurar ajuda de profissionais na área para ter um acompanhamento necessário, pois, sempre o maior medo dos pais é como preparar a criança para o mundo e como ajudá-lo a socializar com as pessoas e vice-versa.

“Temos uma boa convivência, aprendemos a lidar com a assimilação dele e procuramos saber respeitar a realidade que ele aceita, desta forma a comunicação se tornou mais fácil”, disse o irmão por parte mãe de Benjamim.

Benjamim gosta muito de ir em livrarias e cafeterias, pois são ambientes silenciosos, mas em contraponto, ele não gosta de lugares com muitos movimentos e barulhos.

“Vejo meu irmão como um vencedor, pois procurou evoluir em cima da própria dificuldade, que pudesse limitá-lo e sempre acaba se superando. Um grande exemplo de superação, foi quando ele tinha muita dificuldade na leitura, hoje tem uma excelente oratória e outras qualidades dentro do ensino”, finalizou o irmão de Benjamim. 

Hoje em dia não basta apenas ter uma inclusão dentro das escolas, tem de ter pessoas qualificadas para dar os acompanhamentos necessários. É importante destacar que o autismo não é uma doença, mas sim, um espectro da personalidade, todos merecemos amor e respeito. E os portadores de TEA merecem tudo isso em dobro. 

Entender melhor esse transtorno é a chave para o fim do preconceito e da discriminação que cercam as pessoas com TEA, as quais apresentam apenas uma forma diferente de agir e encarar o mundo.

A equipe do OPP deseja nesta data tão importante que a luta dessas famílias não sejam silenciadas, mas sim, que recebam toda a voz e espaço que merecem no contexto social. A vocês nosso total respeito e amor! ♥️

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Last Updated on 2 de abril de 2023 by Graziela Pinheiro