Aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) resgataram 1.445 mil pessoas e 53 animais domésticos da região de conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, desde o início da guerra. Nesta quinta-feira (2/11), o nono voo da Operação Voltando em Paz pousou em território brasileiro trazendo 32 cidadãos vindos da Cisjordânia, em território palestino.
O brasileiro Amer Adiz, de 40 anos, é um dos repatriados que chegaram na aeronave, acompanhado dos quatro filhos. A expectativa da família é poder voltar ao território quando houver um cessar-fogo e a situação estiver novamente estabilizada.
“Meus filhos estavam morando lá, fui lá e fiquei dois meses, mas tive que voltar por causa da guerra. Agora a gente está mais aliviado. Está bem complicada a situação lá. Mas vamos ver, se Deus quiser vai melhorar a situação lá, para gente poder voltar”, declarou Amer à imprensa após desembarcar em Brasília. Ele e os filhos seguem para Foz do Iguaçu, no Paraná.
Amer integra um grupo de brasileiros que saíram de Amã, capital da Jordânia, na tarde dessa quarta-feira (1º/11). O grupo é composto por 12 homens, 9 mulheres – entre eles, seis são idosos – e 11 crianças, além de dois cadeirantes.
Uma aeronave está no Cairo, capital do Egito, aguardando a autorização para retirada de 34 brasileiros que ainda estão impedidos de sair da Faixa de Gaza.
O Itamaraty negocia via diplomacia a inclusão do grupo na lista de estrangeiros autorizados a deixar o enclave palestino, mas ainda não teve o sinal verde dos governos egípcio e israelense.
Aeronaves que já pousaram no Brasil:
- KC-30 (Airbus A330 200): 211 passageiros
- KC-30 (Airbus A330 200): 214 passageiros + 4 pets
- KC-390 Millennium (Embraer): 69 passageiros
- KC-30 (Airbus A330 200): 207 passageiros + 4 pets
- KC-30 (Airbus A330 200): 215 passageiros + 16 pets
- KC-30 (Airbus A330 200): 219 passageiros + 11 pets
- KC-390 Millennium (Embraer): 69 passageiros + 9 pets
- KC-30 (Airbus A330 200): 209 passageiros + 9 pets
- VC-2 (Embraer 190): 32 passageiros
“Agora estou livre”
Ao Metrópoles a brasiliense Nazmieh Mohamed, 72 anos, disse sentir, principalmente, alívio após voltar para casa. “Agora, estou livre. Graças a Deus. Eu estava com muito medo em Israel. Tinha muitos adultos e muitas crianças morrendo lá”, lamentou.
A moradora do Gama contou que estava na Palestina para visitar parentes. Então o conflito na região se intensificou, com bombardeios frequentes. “Tem muito brasileiro na Faixa de Gaza e ninguém está seguro lá. É pela graça de Deus que estamos aqui hoje”, ressaltou Nazmieh.
Karime Shalabi, 44, deixou a casa em que mora e o trabalho para trás para fugir da guerra. Ela conta que a situação era de tensão e perigo iminente. “A gente estava correndo muito perigo, por causa dos ataques na nossa cidade. Deixamos tudo lá, família, casa, trabalho”, contou.
“Tem muitas mortes, é um massacre. Nós estamos muito felizes que o Brasil ajudou muito nós, cuidaram de nós, muito atencioso. Tem bastante brasileiro lá ainda para ajudar. Muito obrigada Brasil, a gente está muito feliz com o nosso presidente que teve interesse em cuidar de nós”.
O produtor rural de Estrela (RS), Maged Gharib, 62 anos, também agradeceu aos envolvidos nessa repatriação. “Na cidade de Turmus Ayya sofremos as consequências, indiretamente, com represálias, bloqueios, emboscadas e invasões aos assentamentos. E fomos orientados pela embaixada brasileira a não nos movimentarmos dentro da cidade, com risco de sermos atacados”, narrou o brasileiro.
A força-tarefa, intitulada Operação Voltando em Paz, começou após Israel declarar guerra contra os extremistas do Hamas.
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
*Metrópoles