A Zona Franca de Manaus (ZFM) produziu 122 mil motocicletas em janeiro deste ano. O número é 47% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram produzidas 83.743 unidades. Já a produção de bicicletas apresenta queda no período.
Os dados são da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), que comparou a produção de janeiro de 2023 com janeiro e dezembro do ano passado.
Assim como em janeiro, a produção de motocicletas apresentou alta de 44% na comparação com dezembro, mês em que o Polo Industrial de Manaus (PIM) produziu 85.117 unidades.
Conforme o levantamento da Abraciclo, este foi o melhor resultado do setor de motocicletas para o mês de janeiro desde 2014, quando 146.557 unidades saíram das linhas de montagem do PIM.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, afirmou que, depois de três anos, este é o primeiro mês de janeiro em que a indústria operou normalmente. “Tanto o início de 2021 como o de 2022, foram marcados pela pandemia, que impôs restrições ao funcionamento das fábricas e freou a produção”, explica. “Agora estamos acelerando o ritmo de produção para atender a demanda que se mantém em alta”, disse.
Na avaliação do presidente da associação, o mercado de motocicletas deve seguir aquecido nos próximos meses. “A motocicleta representa hoje uma ótima opção para deslocamentos urbanos, pois é ágil, tem baixo custo de manutenção e é fácil de estacionar. Além disso, pode ser utilizada como instrumento de trabalho ou para complementar a renda para quem atua nos serviços de entrega”, afirma.
Com base neste cenário, a Abraciclo estima que a produção de motocicletas deverá atingir 1.550.000 unidades em 2023. O volume representa alta de 9,7% na comparação com as 1.413.222 unidades registradas no ano passado.
Bicicletas
Embora tenha apresentado recuperação na comparação com dezembro do ano passado, a produção de bicicletas caiu, quando comparada com janeiro.
O Polo Industrial de Manaus produziram 38.636 unidades em janeiro deste ano. “O volume é 37,1% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado (61.437 bicicletas) e 165% maior na comparação com dezembro (14.580 unidades)”, informou a Abraciclo.
Ao avaliar o desempenho do segmento no primeiro mês deste ano, o vice-presidente do segmento de bicicletas, Cyro Gazola, disse que a indústria enfrenta dois grandes desafios: um mundial e outro local.
“O primeiro é a falta de insumos, que atinge todas as fabricantes do mundo. O outro é nacional, que exige que as fabricantes reprogramem o mix de produção para atender a nova demanda do mercado por modelos de médio e alto valor agregado”, explicou. “Diante desse cenário, a indústria alterou todo o seu planejamento, que vai desde a cadeia logística até ajustes nas linhas de produção”, completou.
Segundo Gazola destaca, ainda, que a conjuntura econômica derrubou o poder de compra da população e, com isso, elevou os níveis dos estoques de modelos de entrada nas lojas e nos centros de distribuição.
Porém, apesar dessas dificuldades, as associadas da Abraciclo mantêm seus investimentos nas linhas de produção e em novas tecnologias. “É fundamental investir no aprimoramento dos processos fabris que vão resultar em ganhos de qualidade para oferecermos ao consumidor modelos com alto nível de qualidade e valor agregado. A bicicleta hoje faz parte do cotidiano dos brasileiros, seja para o lazer, nos deslocamentos urbanos ou na prática esportiva”, enfatiza.
Para este ano, a Abraciclo prevê a produção de 570.000 bicicletas, retração de 4,8% na comparação com o ano passado (599.044 bicicletas).
*g1 Amazonas