Chuva dissipa fumaça em Manaus, mas seca deve afetar capital até 2024

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A chuva intensa na madrugada e início da manhã desta terça-feira (7) em Manaus dissipou a fumaça de queimadas que encobria a cidade há três semanas. O alívio aos manauaras ocorre após meses de seca, fumaça e altas temperaturas – média de 39º.

A escassez de chuva em Manaus foi acentuada em junho, junho e agosto. Na estação meteorológica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) em Manaus foram registrados 130,9 mm no período, enquanto a média é de 202,2 mm. De modo semelhante, a estação meteorológica em Belém registrou 309,8 mm, abaixo dos 404,8 mm da média trimestral.

Os dados constam em nota técnica do Inmet e do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre as condições de déficit de chuva na Amazônia.

Em Manaus, o mês de setembro com menor incidência de chuva (desde 1961) ocorreu em 2014, com apenas 0,6 mm. Em 2023, o total de chuva foi de 44,1 mm, ou seja, cerca de 35 mm abaixo da média que é de 79 mm.

Segundo o Inpe e o Inmet, a falta de chuvas na Amazônia desde junho deste ano se deve à temperatura da superfície do mar causada por um padrão típico do fenômeno El Niño. Uma faixa de águas quentes em grande parte do Pacífico equatorial registra temperaturas superiores a 3°C próximo a costa da América do Sul.

Conforme a nota técnica, o Atlântico Tropical Norte apresenta-se com águas mais quentes do que o normal, ou seja, superiores aos valores da média histórica. Essa combinação de fenômenos (El Niño atuando conjuntamente com o Atlântico Tropical Norte mais quente do que o normal) provocam diversos impactos no clima da América do Sul. O aquecimento da água no Atlântico é mais intenso este ano. Modelos climáticos utilizados para medir a temperatura dos oceanos mostram a permanência do El Niño até 2024.

A previsão climática elaborada pelo Inpe, em colaboração com o Inmet, indica para o Brasil neste mês de novembro e até dezembro maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal entre o leste, centro e faixa norte do Brasil, com maiores probabilidades sobre o norte do país.

Entre a região Sul, parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, a previsão indica maior probabilidade de chuva acima da faixa normal. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil, afirmam o Inpe e o Inmet.

Na faixa central do país, o período é de transição com possibilidade de chuva expressiva em algumas localidades, principalmente na segunda metade do trimestre outubro-novembro-dezembro, embora a tendência seja de chuvas abaixo do normal no final do trimestre na porção norte desta faixa.

A nota técnica dos institutos meteorológicos informa que ainda é alta a probabilidade de queimadas e incêndios florestais, principalmente em áreas de florestas degradadas.

“A partir do final do ano e início do próximo ano, a tendência é de chuvas preferencialmente abaixo da média com a possibilidade do estabelecimento de condições de secas de diversas intensidades principalmente no norte e leste da Amazônia, sendo estas influenciadas principalmente pelo fenômeno El Niño. Essa condição também poderá provocar importantes déficits de chuvas e secas de diversas intensidades no norte da Região Nordeste do Brasil (assim como na região semi-árida) no primeiro semestre de 2024”, diz a nota.

Segundo o Clima Tempo, a situação é de alerta para chuvas fortes em Manaus nesta terça-feira. A temperatura mínima é de 26º e a máxima, de 31º.

Foto: AMZ Live/YouTube/Reprodução

*Amazonas Atual

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