Terrorista da Al-Qaeda procurado pelo FBI lavava dinheiro para o CV

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Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (3/6), a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) cumpre 35 mandados de busca e apreensão no estado e em São Paulo (SP). Entre os envolvidos nas investigações, estão o cantor MC Poze do Rodo; a esposa dele, Vivi Noronha; e um terrorista da Al-Qaeda identificado como Mohamed Farah de Almeida.

O objetivo da operação policial é desarticular um esquema de lavagem de dinheiro controlado pelo Comando Vermelho (CV). Durante as investigações conduzidas pelas delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE), a PCRJ descobriu que Mohamed seria um dos suspeitos que atuam em um esquema de empresas, eventos e restaurantes de fachada.

Além de ter um histórico relevante no sistema financeiro informal ligado ao CV, ele é procurado pela polícia federal dos Estados Unidos, o FBI, por supostamente ser operador de valores para a Al-Qaeda, segundo dados obtidos por meio de cooperação internacional.

Saiba mais sobre a operação

  • A megaoperação da PCRJ visa desarticular um esquema usado pelo Comando Vermelho para lavar fortunas provenientes do tráfico de drogas e de outras atividades criminosas.
  • A facção teria usado empresas em nome de Vivi Noronha, esposa de MC Poze do Rodo, para “passar a limpo” R$ 250 milhões, dinheiro sujo acumulado pelo CV.
  • Além das buscas na casa do cantor, a Justiça autorizou o bloqueio e a indisponibilidade de bens e valores de mais de 35 contas bancárias.
  • O esquema usava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, supostamente investidos em fuzis, cocaína e na consolidação territorial da facção.
  • O dinheiro que entrava no caixa das empresas de Vivi Noronha teria sido depositado nas contas por criminosos do CV, que, posteriormente, recebiam os valores “limpos”.
  • Nos últimos dias, a esposa de Poze usou as mídias sociais para acusar policiais civis de furto, supostamente ocorrido durante as buscas no âmbito da operação que levou o MC à prisão.
  • Para a PCRJ, a “narcocultura” tem fortalecido a influência do tráfico no país e ajudado a inspirar na juventude uma imagem glamourizada da vida criminosa.
  • “O que se vende como liberdade de expressão ou arte da ‘periferia’ é, muitas vezes, narcocultura financiada pelo Comando Vermelho, usada para recrutar, dominar e iludir”, divulgou a corporação.

Picanha do Juscelino

As investigações também apontam que o restaurante Picanha do Juscelino, situado estrategicamente em frente à Praça do Campo do Seu Zé, onde ocorre o baile Escolinha do Professor, no Complexo do Alemão, funcionava como ponto de lavagem de dinheiro, para movimentação de recursos provenientes do tráfico sob a fachada de atividade empresarial lícita.

A PCRJ divulgou que o local era usado como polo logístico e símbolo de poder da facção, de modo a conectar a vida noturna da comunidade à engrenagem financeira do Comando Vermelho.

Outra empresa com papel relevante no esquema, segundo as investigações, é a Leleco Produções, identificada como operadora de lavagem de dinheiro e fomentadora de bailes funk promovidos por integrantes do CV. As festas teriam ocorrido para promover a venda de drogas e a “difusão da narcocultura”.

As investigações também revelaram que Leonardo dos Santos Oliveira, responsável pela Leleco Produções, e a empresa dele figuram como destinatários diretos de recursos financeiros oriundos de operadores do Comando Vermelho. Ambos teriam recebido valores de pessoas físicas e jurídicas interpostas, para ocultação da origem ilícita dos lucros do tráfico.

Entre os remetentes identificados nas análises financeiras destacam-se:

  • Nikolas Fernandes Soares, conhecido como “NK”, segurança pessoal de “Doca”, chefe do tráfico no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ), e preso por envolvimento direto com venda de drogas.
  • Também foram identificadas transferências da empresa GM de Jesus Produções Ltda., cujo sócio Gustavo Miranda de Jesus é apontado como operador financeiro de “Professor”. O nome de Gustavo chegou a ser comunicado a órgãos de controle, devido a movimentações questionáveis em espécie, o que reforçou a suspeita de simulação contratual e dissimulação patrimonial.

Fonte: Metrópoles/Foto: Reprodução

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