Com os últimos eventos envolvendo o submersível Titan, que tinha como objetivo visitar os destroços do Titanic, uma pergunta começou a ser feita pelas pessoas: por que os cientistas e engenheiros não tiram a embarcação centenária naufragada do fundo do oceano Atlântico?
Depois de diversos estudos, análises e inúmeras propostas inviáveis para resgatar o enorme navio que transportava mais de 2.000 pessoas em abril de 1912, os estudiosos chegaram à conclusão de que seria impossível trazê-lo de volta à superfície e que era melhor deixá-lo onde está.
“Não apenas o aço exposto na proa superior é muito frágil até mesmo para a operação de guindaste mais engenhosa, mas a lama também atuou como areia movediça no fundo do mar”, afirmou o pesquisador e escritor Daniel Stone para o Business Insider.
Os engenheiros tiveram diversas ideias sobre como emergir a embarcação, como congelá-lo com nitrogênio líquido para que flutuasse como um iceberg, ou enchê-lo com bolinhas de pingue-pongue, mas ambas foram descartadas.
Apesar da fortuna que afundou junto com o Titanic, trazê-lo de volta à superfície, além de custar milhões de dólares, poderia danificar muito sua estrutura, fazendo com que o navio se desmanchasse em muitas partes, por conta do grande período de tempo que passou debaixo d’água, o que o deteriorou e o deixou extremamente frágil.
Quando a embarcação naufragou ao se chocar com um iceberg, nem se sabia ao certo onde o Titanic tinha ido parar, já que poderia ter sido levado pelas fortes correntezas e estar preso em outro lugar.
Além disso, em meio às primeiras pesquisas para a retirada do barco, as duas grandes guerras mundiais se desenrolaram e fizeram com que os planos fossem deixados de lado.
O Titanic afundou em 14 de abril de 1912
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Somente em 1953 uma empresa britânica trouxe de volta a discussão, propondo mapear o fundo do oceano para de fato encontrar o local onde o Titanic estaria, mas o projeto não foi aprovado por ser muito caro.
Apenas em 1985 a embarcação foi finalmente encontrada. Os pesquisadores contaram com a ajuda de um robô, o Argo, feito para aguentar a pressão do fundo do mar.
As pesquisas mostraram que os destroços estavam espalhados por uma área de cerca de 1.700 m² e a quase 4.000 metros de profundidade.
Hoje em dia o Titanic é protegido pela Unesco e é considerado um patrimônio histórico, portanto é proibida qualquer tentativa de resgate do navio.
No entanto, por permanecer no fundo do mar, pesquisas mostram que nos próximos 30 anos os restos da embarcação irão lentamente sumir devido à desintegração natural.
A bióloga microbiana Lori Johnston disse em entrevista ao USA Today que as bactérias estão trabalhando simbioticamente para comer, por assim dizer, o ferro e o enxofre.
“Todo aquele buraco no convés daquele lado está desmoronando, levando consigo as cabines, e a deterioração vai continuar avançando”, completou o historiador do Titanic Parks Stephenson.
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*Foto: Foto: ALAMY