A resposta silenciosa, e dolorida, da torcida do Flamengo ao fracasso no Mundial. Desprezo na chegada ao Galeão

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Há dez dias, o Galeão fervia. Cerca de 20 mil pessoas acompanharam, com orgulho, festa, esperança, e criaram um ambiente espetacular. 

Com centenas de sinalizadores, várias foram as “ruas de fogo”. Com brilho vermelho intenso, em contraste com a noite e as bandeiras do Flamengo. 

A mais empolgada torcida do Brasil fez o que pôde no Galeão.

A música de fundo, repetida ao som de tambores, era uma ameaça.

E foi cantada pelo próprio vice-presidente Marcos Braz, na vitória do Flamengo, diante do Athletico Paranaense, na final da Libertadores de 2022.

“Real Madrid, pode esperar…. A tua hora vai chegar”, repetiam os iludidos torcedores.

Outros 10 mil apaixonados foram além, se aventuraram, se endividaram e foram até o Marrocos para apoiar no estádio o sonho de o Flamengo se tornar bicampeão do mundo.

Em média, a viagem não saiu, para cada um, por menos de R$ 20 mil.

Bastaram dez dias.

Hoje, às 5h30, o cenário foi desolador.

Nem parecia o mesmo Galeão.

O silêncio era constrangedor, dolorido.

Em pleno pré-Carnaval.

De nada adiantou a diretoria reforçar o policiamento, com medo da reação dos mesmos empolgados torcedores que estiveram, no dia 2 de fevereiro, no aeroporto internacional do Rio de Janeiro.

A torcida do Flamengo preferiu o desprezo.

Não quis recepcionar o time que teve um fracasso histórico.

Não chegou sequer à final do Mundial.

Caiu diante do árabe Al-Hilal, que foi goleado pelo Real Madrid, na final de ontem.

O comandante do time, Vítor Pereira, saiu em silêncio.

Fugiu da imprensa, depois do fracassado plano tático que levou o time à terceira colocação no Marrocos. Sem a sonhada final com os espanhóis. Seu time venceu o egípcio Al-Ahli, por 4 a 2, jogando mal. E ajudado pelo árbitro argelino, que deixou o rival, injustamente, com um a menos.

O capitão Everton Ribeiro foi o único jogador a dar satisfação aos torcedores. 

E reconheceu quanto o time precisa se aprimorar.

Mal começou o ano, o Flamengo já perdeu a Supercopa do Brasil para o Palmeiras. E, agora, fracassou no Mundial.

A disputa da Recopa Sul-Americana começará daqui a nove dias, contra o Independiente del Valle. Um terceiro fracasso seguido pode complicar ainda mais a vida do treinador português Vítor Pereira, que está sendo comparado a Paulo Sousa, treinador que começou 2022 cercado de expectativa. E não ficou nem seis meses no cargo.

“Temos de melhorar, sabemos disso. Vimos no Mundial, como time mesmo, todos os setores temos de melhorar para brigar por título novamente”, esta foi a confissão de Everton Ribeiro.

Ele sabe que, se o Flamengo continuar a jogar aberto, inseguro, sem rumo, como foi contra o Palmeiras e o Al-Hilal, perderá também a Recopa Sul-Americana.

*R7

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