A REVOLUÇÃO DOS OPRIMIDOS

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Uma das maiores e mais importantes referências históricas de revolução é a Revolução Francesa, em 17/06/1789. Dois antecedentes foram fundamentais para a sua eclosão: crise institucional do reinado de Luís XVI e crise financeira. Segundo o historiador Albert Soboul, “a crise agrícola da década de 1780 e seus desastrosos efeitos sobre a economia, tal como o desabastecimento, a fome e a inflação, teriam contribuído para o processo revolucionário. As ondas de saques camponeses provocariam uma onda de emigração aristocrática (o grande medo), que acabaria engrossando as hordas contrarrevolucionárias fora do país”. Inclusive, “os militares, principalmente os oficiais, se retiraram de seus regimentos, pelotões e outras divisões e migraram para outras nações europeias. No espaço de tempo dos dias 15 de setembro e 1 de dezembro de 1791, cerca de 2.160 oficiais (e praças) do Exército Real fugiram na França. Os que permaneceram foram mortos ou presos durante as ações revolucionárias” (Wikipedia). A Revolução Francesa foi um movimento contra a aristocracia habituada aos princípios de distinção social. Uma Côrte abastada e habituada à gastança e um povo pobre e faminto. A aristocracia é o que se pode denominar atualmente, em princípio, como a classe média-alta da sociedade. O momento atual, no Brasil e no mundo, aponta para uma possível crise financeira nos governos federal, estadual e municipal e é assunto frequente da pauta de comentaristas midiáticos da área econômica, pró e contra o governo federal. As maravilhas da inflação baixa começam a se escassear na mesa dos mais pobres e no bolso de boa parte dos abastados. Com um Congresso fraco, com um índice preocupante de corrupção (veja o caso Dino) e algemado em suas próprias regras de funcionamento (poder excessivo dos presidentes do Senado e da Câmara Federal) está muito difícil de se visualizar uma reação política de peso, a partir do atual Congresso, contra os desmandos do governo federal e boa parte da Justiça, principalmente do Supremo. Criou-se uma grande instabilidade sociopolítica a partir da última eleição presidencial, principalmente em relação às Forças Armadas, quando o povo se reunia em frente aos quartéis implorando um apoio para enfrentar a crise que se avizinhava, com a provável subida da Esquerda ao poder. A negativa dos principais chefes militares em compor uma reação a pedido do povo, deixou as Forças Armadas numa situação, senão de total descrédito popular, mas contribuiu para o povo ficar com a “pulga atrás da orelha” em relação aos militares, principalmente as grandes lideranças. Logicamente, não se pode comparar com boa parte dos oficiais e praças do Exército Real francês que foram para outros países europeus, em fuga. O que falta para se iniciar uma “revolução à francesa”? Aqui, nesse ponto, é importante separar o “joio do trigo”. Os militares não são funcionários públicos comuns, pois são formados e preparados durante toda a carreira para enfrentar uma guerra, como soldado defensor da pátria, sua principal missão. Se no momento atual, em função do desespero por uma solução, se aponta para o lado dos militares, taxando-os, até, de covardes e omissos, se cria uma grande injustiça e, muito mais importante, pode se abrir mão da única força preparada para uma reação patriótica, seja contra qualquer inimigo, daqui ou de fora. A única forma de enfraquecer as Forças Armadas, em particular o Exército, é a disseminação da DESUNIÃO DA TROPA. O desejo de todo inimigo é provocar a desunião e o medo na tropa adversária. Portanto, independente de posições pessoais contra “A” ou “B”, o Exército só se manterá uno e forte se os militares, desde o simples soldado até o mais alto posto da carreira, se mantiverem UNIDOS. Dentro dos muros dos quartéis se pode discordar à vontade, dentro das normas regulamentares, mas, do Portão das Armas para fora, a cadência da marcha tem que ser a mesma. Se a tropa vai sair do quartel, seja para cada um ir para as suas casas ou para combater um inimigo, todos, repito TODOS, devem estar UNIDOS, juntos, na mesma cadência da marcha. Se for um grupo para cada lado, uma companhia para um lado e outra para o outro lado; todos, TODOS, morrerão ou fugirão como os oficiais e praças do Exército do Reino francês. Se enganam os que pensam que as Forças Armadas são “cachorro morto” e podem ser agredidas à vontade pelos “valentes” de plantão, ou, comparando com o ocorrido na “Retirada da Laguna”, saibam que agora não há tifo, cólera e nem beribéri que faça as tropas recuarem. As Forças Armadas estão patrioticamente prontas e com o seu adestramento em dia. Se vai para o Norte ou para o Sul, depende dos OPRIMIDOS.

*Por Elias do Brasil

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