Familiares e amigos do amazonense Gabriel Francisco Dourado, de 29 anos, que morreu na sexta-feira (17) vítima de um acidente de trânsito em Portugal, estão fazendo uma campanha na internet para trazer o corpo dele para ser sepultado em Iranduba, no interior do Amazonas.
Gabriel e a esposa Jackline Soares, de 32 anos, moravam há pouco mais de um mês, na cidade de Costa Caparica. O casal deixou o Brasil para tentar proporcionar uma vida melhor à família.
O amazonense estava trabalhando como entregador por aplicativo quando foi vítima de um acidente de trânsito.
De acordo com a esposa, o acidente aconteceu na avenida Azeitão N10, em Costa Caparica, na noite de sexta.
Ao g1, ela afirmou que começou a se preocupar com o marido devido ao atraso. Segundo ela, Gabriel trabalhava como entregador em dois turnos distintos, pela tarde das 12h até às 14h30, e pela noite das 18h às 22h30.
“Achei estranho demais, já era 23h e nada do meu marido. Não conseguia falar com ele, nem com o restaurante, com ninguém. Quando foi na manhã de sábado, mobilizei algumas pessoas que moram comigo para ir atrás dele”, contou.
Jackline e Gabriel moravam juntos em Costa Caparica, em Portugal. — Foto: Arquivo Pessoal
Em seguida, Jackline afirma que entrou em contato com a Guarda Nacional Republicana (GNR), que representa a força policial em Portugal, e foi avisada de um acidente de moto envolvendo um entregador.
“A polícia me informou que encontrou o corpo de Gabriel e que não sabia quem era, pois ele estava sem identificação. O celular dele ficou todo destruído. Removeram ele como um desconhecido”, afirma.
A esposa da vítima recebeu informações de uma testemunha do acidente que informou que uma mulher invadiu a contramão e colidiu contra a moto que Gabriel usava para trabalhar.
Jackline informou que a polícia ainda chamou a ambulância para prestar socorro a Gabriel. Porém, quando os enfermeiros chegaram ao local, o amazonense já estava morto.
Investigações
Moto que Gabriel dirigia enquanto trabalhava como entregador — Foto: Arquivo Pessoal
Questionada pelo g1, a esposa afirmou que até esta segunda-feira (20) não teve muitos detalhes sobre o acidente que vitimou seu marido.
“Aqui é muito diferente do Brasil. Não tive muito acesso, pois aqui precisa pagar 20 euros por pagina para ter acesso ao Boletim de Ocorrência, ou seja não sei de muitos detalhes”, relatou.
A esposa da vítima também contou que o restaurante onde Gabriel trabalhava não a avisou sobre o acidente.
“A polícia chegou a me dizer que o restaurante, onde o Gabriel trabalhava, foi notificado do acidente devido ao uniforme que ele usava e mesmo assim não me avisaram. Foi um sentimento terrível”, lamentou.
De acordo com o pai de Gabriel, o eletricista Luiz Freitas, ele se mudou para Portugal em busca de melhorias de vida e estava muito feliz n nova fase.
“A gente se falava sempre e ele estava muito feliz com essa nova etapa da vida. Infelizmente aconteceu isso e o sonho dele foi interrompido”, lamentou.
Em seguida, Luiz revelou que Gabriel tinha um sonho. Juntar dinheiro para conseguir levá-lo para Portugal.
“Nas ligações, ele sempre me falava que ia juntar dinheiro para eu conseguir visitá-lo. Eu sempre falava que tudo ia dar certo”, finalizou.
Doações
A família e os amigos de Gabriel estão organizando uma campanha para conseguir realizar o translado do corpo de Portugal para o Brasil. De acordo com o pai, o procedimento custa cerca de 5 mil euros, que equivale a cerca de R$ 30 mil.
Gabriel era natural de Iranduba, município que faz parte da região metropolitana de Manaus. O pai afirmou que precisara realizar dois traslados. Um de Costa Caparica para Manaus, e outro da capital para a cidade de Iranduba.
“Esse orçamento de R$ 30 mil é do translado de Portugal para Manaus. Temos um outro orçamento com uma funerária daqui da cidade, que fará do aeroporto da capital até a cidade de Iranduba. Fechamos em R$ 4 mil”, detalhou.
A arrecadação de doações para custear os procedimentos está sendo feita na conta da esposa de Gabriel, Jake Soares. A chave para fazer o envio de doação via Pix é o e-mail jakesoares00@gmail.com.
O g1 entrou em contato com o Itamaraty, mas ainda não obteve resposta sobre o caso do brasileiro.
*g1 / Foto: Arquivo pessoal
