Após o novo ministro da justiça, Flávio Dino, definir a solução do caso Marielle como “questão de honra” para o ministério, o líder indígena Beto Marubo cobrou empenho da pasta na resolução dos homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorridos no dia 5 de junho do ano passado, no Amazonas.
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Eles foram vistos pela última vez no dia 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte, no Amazonas. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.
Nesta quarta-feira (4), Marubo usou o Twítter para cobrar o novo ministro da Justiça. Na mensagem, ele disse que o pedido é em nome de todos os indígenas do Vale do Javari e também das famílias do indigenista brasileiro e do jornalista britânico
“Nós do Vale do Javari e as Famílias do indigenista Bruno Pereira e do Jornalista Dom Phillips queremos o mesmo empenho e prioridade dada pelo Minist. da Justiça Flávio Dino, em solucionar o “caso Marielle Franco”. É um caso que precisa ser esclarecido também. Ao Brasil e ao mundo”, escreveu na rede social.
Segundo uma fonte da PF, Pereira e Phillips foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados. A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo.
Recentemente, Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, suspeito de ser o mandante dos homicídios, e que havia sido posto em liberdade depois de ter pago uma fiança de R$ 15 mil, voltou a ser preso.
Outros três homens, que são investigados pelos assassinatos – Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”; e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha” – estão presos, em decorrência das investigações.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público Federal entendeu que os três homens devem ser julgados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O MPF argumentou que Amarildo e Jefferson confessaram o crime. Disse ainda que a participação de Oseney foi mencionada em depoimentos de testemunhas.
O crime
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na região do Vale do Javari, no Amazonas.
Os restos mortais deles foram achados em 15 de junho, dez dias após o desaparecimento. As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.
A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde estavam os corpos.
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