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Com direito a cerimonialista, buquê e até ‘votos de descasamento’, festas de divórcio viram tendência

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O divórcio, geralmente um momento conturbado de dor e sofrimento, vem sendo ressignificado como celebração. Só na semana passada, dois vídeos de “festas de descasamento” viralizaram nas redes sociais. Esses eventos se tornaram mais comuns e passaram a contar com serviços e mimos que até então só se encontravam na união dos casais, como cerimonialistas, fotógrafos, lembrancinhas e brindes.

A festa de separação em março simbolizou uma libertação para a professora Caroline Gracia Ramos, de 39 anos. Caroline chegou a fazer duas celebrações de casamento nos 19 anos de relacionamento. Com tudo acabado, demorou dois meses para planejar do evento que marcou o fim do matrimônio e contou com cem convidados. Nele, fez um “autobrinde”, para marcar a retomada do nome de solteira, jogou um buquê de descasamento e rasgou um vestido de noiva, com a ajuda de outras divorciadas.

— Investi mais na festa de divórcio do que nas de casamento. Contratei até um grupo de pagode — conta ela, que, com a repercussão do vídeo da festa, procurou sua advogada com medo de retaliações do ex-marido, mesmo sem ter citado ele durante todo o evento. — Os últimos anos foram bem sofridos, eu era constantemente menosprezada. Quando consegui sair da relação, após descobrir uma traição, fiz questão de comemorar a retomada da minha vida.

A advogada Rachel Serodio de Menezes explica que não há na legislação nada que impeça esse tipo de festa, mas aconselha evitar expor o ex.

— Tem de ter responsabilidade com a vida privada e com as garantias de direito obrigacional. Não se pode expor outra pessoa a vexames — orienta.

O descasamento como celebração acompanha uma tendência indicada pela Pesquisa de Estatísticas do Registro Civil do IBGE, que mostrou um aumento de 8,6% no número de divórcios em 2022, se comparado com 2021. Ainda de acordo com o instituto, disparou também o número de divórcios com dez anos ou menos de união. A média, que era de 37,4%, subiu para 47,7%. O estudo revela também que 33% dos divórcios não ocorreram de maneira consensual.

O segundo vídeo que ganhou destaque no Tik Tok nos últimos dias foi o da festa de divórcio da empresária Mari Marques, de 37 anos, de Rio Negrinho (SC). Mas o evento foi promovido em maio de 2023, após sete meses de um divórcio litigioso. A comemoração foi uma surpresa oferecida por suas amigas. Ao descobrir o presente, Mari fez questão de cumprir todo o rito escolhido para o evento, que contou com a leitura dos “votos de descasamento”.

— Falava sempre que, quando acabasse a briga na Justiça, queria comemorar. Recebi críticas de que queria aparecer e provocar o ex, mas estava apenas celebrando o fim do meu sofrimento. Foi muito divertido, o encerramento de um ciclo — relembra.

Anna Gallafrio, doula de divórcio (especialista no acompanhamento do processo de separação), recomenda essa comemoração para as mulheres como uma forma de marcar o início de uma nova fase.

— Há quem venda alianças, queime vestido ou chame amigas para uma noite juntas. Não importa como, mas sim marcar esse momento — explica.

Mais mulheres buscam esse tipo de celebração do que homens, diz a cerimonialista Tatiana Bandeira, de São Paulo. Tatiana já organizou mais de dez celebrações desse estilo, e apenas duas para ex-maridos. A diferença? O evento masculino era mais voltado para a pegação, enquanto o feminino, para a curtição.

— Sempre sugiro um pequeno cerimonial para anunciar a nova fase. Já fiz funeral das alianças e show de ilusionismo em que a anfitriã aparecia de noiva e depois reaparecia linda e solteira. Só nunca fiz um evento com o ex — conta.

Pioneirismo

A empresária Meg Sousa, de 42 anos, se intitula a pioneira em festas de divórcios no país, com um evento de grandes proporções para celebrar o fim de uma relação de quatro anos, em 2009. Com a repercussão, fez uma segunda festa um ano depois, que batizou de “Bodas de Papel Rasgado”, e recebeu convites para organizar eventos nos mesmos moldes para outras pessoas.

— Quando me separei, vi que esse tipo de festa fazia sucesso em outros países. Aqui já havia registros de comemorações de divórcios pequenas, como churrasco e barzinho. Mas não uma grande festa. Acabou um negócio, uniu o útil ao agradável — recorda Meg, que investiu em lembrancinhas como bem-separados e chinelo com a mensagem game over.

A servidora pública Kallynca Carvalho, de 31 anos, se adiantou e fez a festa de descasamento antes mesmo de casar. Após terminar a relação de 13 anos e sete meses do matrimônio, já marcado e organizado, optou por manter a festa, mesmo com o fim do compromisso, para não perder parte dos pagamentos já feitos. A cerimônia se tornou uma festa à fantasia. Ela foi vestida de princesa ao lado do novo namorado.

— Usei cinco fantasias que mostravam todo o meu processo de maturidade e evolução. Também joguei um buquê para os convidados, indicando que ainda queria um amor na minha vida, tanto que achei — revela ela, que vai fazer uma nova festa, mas agora de casamento, prevista para setembro.

Fonte: O Globo/Foto: Arquivo pessoal

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