Quem está entre os 70,1 milhões de inadimplentes existentes hoje no país tem a oportunidade de renegociar as dívidas feitas com bancos e financeiras durante todo o mês de março, no Mutirão de Negociação e Orientação Financeira, promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em parceria com o BCB (Banco Central do Brasil), a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) e os Procons de todo o país.
A partir desta quarta-feira (1), podem ser negociadas dívidas de cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades, exceto aquelas em que algum bem foi dado como garantia. A campanha vai até o dia 31 de março.
Depois, para fazer a negociação, o cliente pode procurar diretamente o banco ou a financeira de quem é credor por meio dos canais digitais oficiais das instituições ou pode acessar a página Consumidor.gov.br, com os dados de login do portal Gov.br, para as contas com selo de confiabilidade prata ou ouro.
A página do Mutirão Nacional tem todas as informações sobre a campanha, inclusive vídeos com um passo a passo para acessar o portal, com o caminho para encontrar a instituição credora e abrir o pedido de negociação.
Nesse primeiro contato, as instituições apresentam condições especiais para o pagamento das dívidas, depois de analisar cada caso. Se elas foram boas para o cliente e ele aceitá-las, o acordo poderá ser assinado; caso contrário, ele pode sugerir uma alternativa para tentar chegar a uma solução.
O site do Mutirão tem uma lista dos bancos e das financeiras que participam do mutirão, com instruções para renegociar as dívidas com cada um. O portal também oferece conteúdos de orientação financeira e dicas do que deve ser levado em conta na renegociação.
A ação acontece logo após o país ter registrado recorde no número de inadimplentes desde que é feito o levantamento, com mais de 70 milhões de pessoas nessa condição em janeiro de 2023, como mostra um estudo inédito da Serasa Experian, divulgado na segunda-feira (27), em Brasília. Cinco anos antes, em janeiro de 2018, havia 59,3 milhões de brasileiros inadimplentes.
Além da inadimplência, segundo a Serasa Experian, o valor das dívidas cresceu: cada inadimplente deve, em média, R$ 4.612,30. Em janeiro de 2018, era R$ 3.926,40 — houve um aumento de 19% no período.
Para quem pode e quer ajudar a mudar essa situação, o primeiro passo é confirmar o valor da dívida, no site Registrato. Lá, é possível ter acesso ao SCR (Relatório de Empréstimos e Financiamentos), a lista de dívidas em nome do consumidor com as instituições financeiras.
Segundo a Febraban, a última edição do Mutirão, realizada durante o mês de novembro de 2022, possibilitou a renegociação de 2,325 milhões de contratos.
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