O delegado Erik Wermelinger Busetti, acusado de matar esposa e enteada em Curitiba, é investigado por acesso indevido ao sistema interno da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) de dentro da prisão. A denúncia foi feita pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado (Sinclapol) e confirmada pelo Governo do Estado, nesta sexta-feira (11). A Polícia Penal abriu inquérito para investigar o ocorrido.
A primeira denúncia de acesso ilegal ao sistema foi feita pelo Sinclapol, em novembro de 2021. Na ocasião, a entidade fez pedidos ao Ministério Público do Paraná (MPPR) e à Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação (Celepar) para que investigasse o caso. Para o Sinclapol, Busetti “teve privilégios indevidos” no Complexo Médico Penal (CMP), onde segue preso.
O delegado preso é réu pelas mortes da esposa, Maritza Guimarães de Souza, e da enteada, Ana Carolina de Souza Holz. Segundo o MPPR, o crime ocorreu no âmbito da violência doméstica e familiar, por não aceitar os termos do divórcio.
Em nota, o Sinclapol manifestou indignação com o ocorrido. “E clama por justiça! Pela Maritza, pela Ana e por todas a vítimas que não podem mais gritar”, diz.
Procurada, a Sesp informou que um termo circunstanciado de infração penal foi lavrado pela Polícia Penal.
Busetti consta no Portal da Trânsparência do Governador do Paraná como servidor ativo, com rendimento bruto mensal de R$ 23.035,37.
Defesa
O advogado que representa Wermelinger, Claudio Dalledone, informou à reportagem que Busetti nega o acesso.
“O que pode ter ocorrido, e ainda está em investigação, é a possível utilização do acesso, login e senha, por pessoas não autorizadas por ele”, defende.
Crime
Busetti está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele é réu pela morte da esposa, Maritza Guimarães de Souza, e da enteada, Ana Carolina de Souza Holz.
A denúncia do MPPR aponta que o delegado não aceitava os termos do fim da relação com Maritza, que era escrivã da Polícia Civil.
“Erik Wermelinger Busetti cometeu o homicídio supramencionado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, eis que, a fim de atrair a atenção e retorno da ofendida Maritza ao cômodo da casa onde estava, de inopino, agrediu fisicamente a enteada Ana Carolina, motivando a intervenção da ofendida, a qual foi alvejada com vários disparos de arma de fogo enquanto tentava desvencilhar a ação agressiva do denunciado”, afirma.
O delegado foi pronunciado e deve responder ao crime em júri popular.
Foto: Banda B
*Banda B