O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) disse que em entrevista à coluna Sim & Não de A CRÍTICA nesta sexta-feira (17) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está cheio de “ “trapalhões” em referência a um alegado desencontro entre as pastas da Economia e Planejamento, comandadas por Fernando Haddad e pela ex-senadora Simone Tebet (MDB), respectivamente.
“É um governo meio dos trapalhões. O Haddad fala uma coisa, que é ministro da Fazenda. Aí temos a Simone Tebet que fala outra. O Alckmin, vice-presidente, que acumula o cargo de ministro da Indústria, já tem outro pensamento”, disparou o parlamentar bolsonarista.
Alberto Neto classifica ainda o terceiro mandato de Lula como governo novo, mas com ideias velhas. Ele emendou também afirmando que o governo petista não trouxe nenhuma novidade dentro da reforma tributária se limitando a pegar um projeto antigo que tramita no Congresso Nacional.
“É um governo novo com ideias velhas. Não vejo perspectiva para um grande crescimento do nosso país neste governo, mas vai passar. O nosso país é muito maior que um governo. Nosso país é muito grande e tem muito potencial. Passou por momentos políticos antes e vamos passar por esse”, declarou.
Na avaliação de Alberto Neto, a reforma tributária deverá sair até o fim deste primeiro semestre porque o atual governo tem força política por conta do início do mandato.
“Acredito que eles vão pegar a PEC 110 que está mais adiantada e vai pegar o texto do grupo de trabalho que praticamente é a PEC 45. Vão fazer esse mexido aí para poder acelerar o processo e ir mais rápido para votação no plenário”, espera.
A redação de qualquer reforma tributária, inclusive a do governo, que deverá aproveitar um projeto que já tramita na Câmara dos Deputados, é prejudicial à Zona Franca de Manaus (ZFM) porque vai substituir o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), coluna cervical do modelo, pelo Imposto Sobre Valor Agregado (IVA).
Apesar disso, o deputado federal avalia que o Amazonas já ganhou a primeira batalha. A bancada amazonense na Câmara conseguiu emplacar três parlamentares no grupo de trabalho que vai discutir e negociar o texto da reforma tributária com o governo.
Conforme o deputado do PL, o movimento partiu dele ao chamar os novos deputados para propor uma estratégia para entrar no grupo de trabalho. Alberto Neto revelou que ainda negocia a sua entrada no colegiado.
“Talvez eu consiga entrar. Estou em fase de negociação com um deputado do meu partido. Tentando fazer alguma troca, de alguma comissão. Ainda há espaço”, comentou.
A maioria de deputados amazonenses no colegiado incomodou o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-MG). A respeito da queixa do parlamentar mineiro, Alberto Neto disse que conversou com Van Hattem lembrando que o Amazonas tem condições diferenciadas impostas por lei ambientais.
“Ele quis comparar o Rio Grande do Sul com o Amazonas. Falei ‘então vamos fazer o seguinte: o Mato Grosso está com excelentes índices de desenvolvimento humanos e o estado arrecada cada vez mais só com o Agro Negócio. Então, bora desmatar a floresta, explorar ouro, nióbio. Libera tudo que a gente troca pela ZFM’. Lógico que isso é irracional. O mundo não vai aceitar o desmatamento da floresta. Ninguém vai querer comprar a nossa carne, se o Brasil desmatar a floresta amazônica”, relatou o deputado.
*A crítica