Em meio a restrições orçamentárias, diretores de agências reguladoras passaram até três meses viajando ao exterior ao longo do ano passado, revela levantamento da coluna. O gasto total com essas viagens internacionais chega a R$ 5,6 milhões, entre passagens e diárias.
O Brasil conta com 11 agências reguladoras, sendo cada uma composta por até cinco diretores. No ano passado, os órgãos divulgaram uma nota conjunta criticando um corte orçamentário de cerca de 20% e indicando risco ao funcionamento das atividades diante da restrição de verba. Por outro lado, os diretores realizaram 198 viagens internacionais para os quatro cantos do mundo.
No topo do ranking, está o contra-almirante da Marinha Antonio Barra Tores, que foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até 21 de dezembro do ano passado. Ele passou 106 dias no exterior em 2024, a um custo total de R$ 632 mil. O cálculo foi feito considerando as datas de ida e de volta das viagens.
Barra Torres foi para Portugal (duas vezes), Cuba (duas vezes), Paraguai, Estados Unidos (três vezes), México, Índia, China e Paraguai (duas vezes).
Entre as viagens, está a ida ao XII Fórum Jurídico de Lisboa, evento que ficou conhecido como Gilmarpalooza, em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, sócio da faculdade IDP, que organiza o congresso. Essa viagem, que ocorreu entre o fim de junho e o início de julho, custou R$ 40,6 mil aos cofres públicos.
Diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Fernandes Queiroz realizou sete viagens internacionais ao custo de R$ 217,3 mil. Ele passou 65 dias no exterior.