Disparada do dólar vira arma da oposição contra Lula

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A recente escalada da cotação do dólar, que atingiu níveis não vistos desde o governo de Jair Bolsonaro (PL), tem servido de munição aos opositores do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta segunda-feira (1º/7), o dólar fechou em R$ 5,65, marcando o maior patamar desde 10 de janeiro de 2022. Este aumento acentuado reflete um clima de incerteza no mercado, especialmente em relação à política fiscal, agravado pelas críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Parlamentares da oposição têm utilizado a alta do dólar para reforçar suas críticas à gestão econômica de Lula. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ironizou a situação em suas redes sociais: “Onde o Lula tá falando? Alguém sabe? Meu Deus…”.

Por outro lado, membros do governo defendem que a economia está em crescimento e que não é justo atribuir a instabilidade da moeda exclusivamente a Lula. “Essa pressão toda é porque [o] chamado mercado quer mandar na política econômica e fiscal do governo Lula”, afirmou Carlos Zarattini, vice-líder do governo no Congresso.

Nas últimas semanas, as críticas de Lula a Roberto Campos Neto se intensificaram, especialmente após a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Escolhido pelo ex-presidente Bolsonaro, Campos Neto continuará no cargo até o final de 2024.

Em entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), nesta segunda-feira (1º/7), Lula criticou a autonomia de Campos Neto. “O que não dá é para o cidadão ter um mandato e ser mais importante do que o presidente da República. Isso que está equivocado”, queixou-se.

Lula argumentou que deveria ter a prerrogativa de indicar o presidente do Banco Central, enfatizando que está lidando com um presidente do BC nomeado por seu antecessor. “Estou há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro. Então, não é correto isso”, reclamou.

Na semana passada, Lula também afirmou que Campos Neto tem um “lado político” que prejudica o país. “Só temos uma coisa desajustada neste instante: é o comportamento do Banco Central. Um presidente que não demonstra capacidade de autonomia, tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país”, disse.

Lula expressou a intenção de nomear um presidente do Banco Central comprometido com o desenvolvimento do país e o controle da inflação, mas que também tenha metas de crescimento. O principal candidato para a posição é Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária.

Foto:Hugo Barreto/Reprodução/ *AM Post

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