Caetano Veloso encontrou a casa cheia neste sábado (26), em São Paulo, quando fez a segunda apresentação de mais um show — o segundo seguido por aqui — da turnê Meu Coco nesta nova passagem pela capital paulista. A noite estava fria, o que não espantou os fãs do cantor baiano, de 81 anos, que confirmou os shows na cidade após o cancelamento no fim de semana passado, em Porto Alegre, por causa de uma gripe forte.
O show começou com um atraso de 20 minutos, o que só deixou os fãs ainda mais ansiosos para ver Caetano. Ele apareceu no palco com sua banda quando as cortinas do Espaço Unimed, na Barra Funda, se abriram. Segurando seu violão no centro do palco, o baiano fez um gesto e uma expressão tipo “caramba, olha quanta gente!” e começou os trabalhos com Avarandado, canção de 1967, do álbum Domingo. A apresentação desta noite foi um pouco diferente da de sexta-feira (25), que teve o público todo sentado em mesas e cadeiras. No sábado, havia uma pista na frente do palco e mesas e cadeiras apenas da metade da casa de shows para trás. O que faz diferença na vibe geral da coisa.
O palco do show do baiano é extremamente simples, sem vídeos, sem grandes trabalhos de luzes e sem cenários especiais. No fundo, há apenas uma figura geométrica meio enigmática que muda de cores e faz alguns efeitos tridimensionais. Com isso, a atenção fica totalmente em cima de Caetano, vestido discretamente com uma jaqueta, camisa e calças sociais de cores sóbrias. Depois de Avarandado ao violão, o músico tocou Meu Coco e Anjos Tronchos, ambas do seu disco mais recente, do qual ele tocou ainda Não Vou Deixar e a ótima Sem Samba Não Dá.
Obviamente que o público — de todas as idades —, que já estava completamente rendido, cheio de gritinhos de “lindo”, veio abaixo na quarta música, Sampa. Todo mundo cantou junto, de ponta a ponta, a homenagem de Caetano a São Paulo. Veio a para lá de sensacional Muito Romântico, de 1978, com todo mundo acompanhando junto. Depois de You Don’t Know Me, o cantor disse “boa noite” e falou com o público pela primeira vez. “Alegria de estar de volta. Essa terra não é mole.” Pega de novo o violão, se senta numa cadeira e toca Trilhos Urbanos.
*R7/FOTO: RAFAEL STRABELLI/ESPAÇO UNIMED – 25.08.2023