O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconversou ao ser questionado sobre a meta fiscal para o próximo durante visita neste domingo (5) ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que coordena o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “[Sobre a] Meta fiscal, você me pergunte na segunda-feira.”
“Quem sabe qualquer dia desses eu até me inscreva [no Enem] para fazer um curso de Economia. Curso de gente muito sabida”, brincou Lula.
Na segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que poderia adiantar medidas que seriam tomadas apenas no ano que vem para tentar zerar o déficit nas contas públicas em 2024, ao contrário do que havia dito o presidente, de que o governo não conseguiria atingir a meta. O ministro, no entanto, não afirmou se a estratégia é suficiente para sustentar as projeções.
“Enquanto ministro da Fazenda, vou buscar o resultado que considero o melhor para o país, que é buscar o equilíbrio fiscal. O que eu puder fazer para que esse equilíbrio seja atingido, eu vou fazer, incluindo antecipar medidas de 2024 para 2023”, declarou Haddad, e completou que, para isso, é “preciso apoio político” tanto do Congresso como do Poder Judiciário.
Haddad não quis adiantar quais seriam as medidas a serem antecipadas e disse que o anúncio seria feito quando Lula validasse as sugestões. Segundo o ministro, o presidente pediu a ele que levasse aos líderes partidários do Congresso os cenários apresentados pela equipe econômica que dizem respeito à antecipação dessas ações para 2023.
A dúvida sobre conseguir atingir as projeções veio após uma fala de Lula a jornalistas no último dia 27. O presidente disse que a meta fiscal do país para 2024 “dificilmente” será zero e que não há interesse em “cortar investimentos prioritários”.
*R7/FOTO: EBC/REPRODUÇÃO – 5.11.2023