Entidades da indústria e comércio do Amazonas lamentaram a morte do empresário e ex-combatente da 2ª Guerra Mundial, Mário Guerreiro, aos 103 anos, ocorrida na tarde de quinta-feira (15) em Manaus. Guerreiro foi pioneiro da industrialização das fibras na Amazônia e um dos 160 amazonenses que foram para a Itália participar do maior conflito armado da história.
Em nota, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), por meio do presidente Antônio Silva, expressou condolências pelo falecimento de Mário Guerreiro e destacou a rica trajetória no empreendedorismo, na indústria e no comércio amazonense.
“Pioneiro na industrialização na Amazônia da Amazônia, Mário Guerreiro deixa o legado do homem que dedicou sua vida ao beneficiamento de fibras naturais e também o apoio à Zona Franca de Manaus.”
Nas redes sociais, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio AM) lamentou a morte e destacou a liderança do empresário amazonense.
“Mário Guerreiro foi um dos grandes líderes empresariais do Amazonas, dedicando toda sua vida ao desenvolvimento econômico industrial do nosso estado”.
A Associação Comercial do Amazonas (ACA), por meio de nota nas redes sociais, também lamentou a perda de Guerreiro, que durante anos também presidiu a associação.
“A Associação Comercial do Amazonas lamenta profundamente o falecimento do nosso estimado ex-presidente e membro do Conselho Superior, Mário Expedito Neves Guerreiro. Sua dedicação inigualável ao desenvolvimento do comércio e da indústria no Amazonas deixa um legado de integridade, trabalho árduo e visão. Neste momento de dor, expressamos nossas mais sinceras condolências à família e amigos. A memória de Mário Guerreiro continuará a inspirar todos nós”, declarou.
Também por meio de publicação nas redes sociais, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), fundada por Guerreiro, enfatizou a visão empreendedora e o legado deixado.
“Ele que foi visionário e o grande fundador, deixa seu legado perenizado nos anais da memória fabril e na paisagem de desenvolvimento econômico da Amazônia. Seu compromisso com o desenvolvimento regional se configura em um marco histórico que estimula 85% na roda do crescimento econômico “, destacou em nota.
O diretor executivo da Associação PanAmazônia, Belisário Arce, destacou que Mário Guerreiro foi um dos principais nomes na industrialização das fibras de juta e malva na Amazônia.
“Ele será lembrado não apenas como um líder empresarial, mas também como um cidadão exemplar, que sempre lutou pelo progresso da sua terra”, pontuou Arce.
Conforme Juliana Guerreiro Monteiro de Paula, neta de Mário Guerreiro, ele morreu às 16h55 de causas naturais, na casa onde morava com a família na capital do Amazonas. “Ele foi guerreiro no nome e na vida”, disse.
Guerreiro nasceu em Manaus, mais precisamente no bairro Villa Municipal (atual Adrianópolis), no sítio de sua avó. Seu pai era contador do extinto jornal Correio do Norte e faleceu quando Mário tinha 10 anos, sendo criado pela mãe e tia.
No dia 22 de setembro de 1944, ele embarcou para o teatro de operações da Itália para lutar na Segunda Guerra Mundial. Ele voltou ao Brasil em 1945, e voltou a trabalhar em São Paulo, na mesma empresa em que atuava antes da guerra.
Como empresário, Mário Guerreiro foi considerado pioneiro na industrialização na Amazônia, em 1951 fundou, juntamente com Adalberto Valle, a Brasiljuta, a maior empresa do setor nas Américas.
Em 2021, aos 100 anos de idade, Mário Guerreiro venceu a Covid-19, após passar 40 dias internado com a doença.
O empresário deixa oito filhos, 12 netos, 22 bisnetos e dois tataranetos.
*G1/AM/Foto: Arquivo pessoal