Marcada para os próximos dias 3 e 4 de maio, a etapa do Rio do SailGP foi cancelada. O motivo foi um acidente ocorrido no último dia 23 de março, na etapa de São Francisco, nos Estados Unidos, quando o barco australiano teve a asa quebrada num colpaso impressionante. A organização da competição levou todas as embarcações a um estaleiro e identificou problemas estruturais na vela-asa dos catamarãs F50 da liga, que são idênticos.
De acordo com o comunicado do SailGP, a etapa não será realizada para que os barcos possam sofrer os reparos necessários antes do evento de Nova York, de 7 e 8 de junho. Esta seria a primeira vez que a América do Sul receberia uma etapa da Sail GP, conhecida como a “Fórmula 1 dos barcos”. No acidente de março, a vela-asa de 24 metros do catamarã australiano colapsou após uma manobra da equipe comandada por Tom Slingsby e por pouco não atingiu a tripulação a bordo.
– Após uma análise minuciosa, nossos engenheiros e técnicos identificaram um defeito com a adesão do material no núcleo do painel da alma de cisalhamento de algumas das asas rígidas, o que poderia comprometer a integridade estrutural dessas peças. Sendo assim, tomamos a prudente decisão de suspender a etapa do próximo mês, garantindo tempo suficiente para concluir os reparos e conduzir novas investigações, se necessário – disse o CEO do SailGP, Russell Coutt.
As velas dos catamarãs F50 do SailGP são estruturas rígidas, chamadas de velas-asas, que são fixadas aos barcos por um guindaste. Elas podem ser aumentadas ou reduzidas de acordo com as condições do vento, indo de 18 a 29 metros.
– É claro que fica um sentimento de frustração, principalmente porque estávamos muito empolgados para correr em casa e dar continuidade à evolução que vínhamos construindo como equipe. Mas a gente entende que, nesse momento, a prioridade precisa ser a segurança, algo que é inegociável dentro do SailGP. Sabemos que ainda temos outras etapas importantes pela frente, e o foco agora é seguir trabalhando duro para manter o ritmo de crescimento do time – disse Martine Grael, piloto do barco brasileiro.
No acidente de março, as equipes usavam velas de 24 metros para encarar ventos de 10 a 15 nós na Baía de São Francisco. A causa da quebra ainda não foi identificada, mas a suspeita é de que um dos cabos que sustentam o mastro tenha se rompido.
Uma revisão das imagens mostrou que o colapso veio logo após uma manobra extrema feita pela equipe australiana para evitar uma colisão com o barco da Itália. Tricampeão do SailGP com a Austrália e um dos velejadores mais experientes do circuito, Singlsby admitiu ter se assustado com a cena.
– Foi um choque. Estávamos procurando uma brecha e percebemos que não haveria uma, então cedemos e viramos. Eu realmente não sei o que aconteceu, mas meu palpite é que a asa falhou exatamente no momento em que fizemos essa curva fechada. Foi uma situação muito assustadora. Mas quando algo assim acontece, tudo o que você consegue pensar é se todos estão bem. Felizmente, saímos todos seguros, ilesos e bem – disse Slingsby na ocasião.
A etapa do Rio seria a quinta parada da Sail GP 2025. A temporada marca a inédita entrada do Brasil na competição, com a bicampeã olímpica, Martine Grael, como capitã. De acordo com a organização do SailGP, o valor dos ingressos adquiridos pelo público será reembolsado integralmente nos próximos dias, enquanto a liga avalia possíveis opções para remarcar o evento de 2025 do Rio de Janeiro.
Fonte: Globo Esporte/Foto: Simon Bruty/SailGP