O Flamengo tem um novo patrocinador. O clube fechou contrato até o fim da temporada com a empresa Moss, atuante no setor de venda de créditos de carbono e na utilização desses recursos para projetos de preservação da Amazônia. A nova parceira do clube vai investir R$ 3,5 milhões por aparições de marcas nos meiões, nas redes sociais e no ônibus do time.
A Moss é uma fintech, ou seja, uma start-up da área financeira. A principal atividade é vender créditos de carbono em serviços de compra e venda de criptomoedas. O sistema funciona da seguinte maneira: empresas que possuem um nível de emissão de carbono muito alto, como indústrias, por exemplo, podem comprar créditos para tentar neutralizar o impacto ambiental. Esses créditos não correspondem a um ativo real, como número de árvores ou área preservada, mas são um certificado de que uma ação de conservação foi realizada.
Quem compra esse crédito pode revendê-lo ou usá-lo para ser revertido em ações de preservação na Amazônia. A nova parceira do Flamengo já garante ter direcionado cerca de R$ 57 milhões para projetos como o Ituxi, reserva ambiental com uma área superior à da cidade de São Paulo. A parceria ajudará o Flamengo a ser o primeiro clube de futebol a neutralizar as emissões de carbono.
Para o clube, o acordo significa também a possibilidade de se posicionar com o compromisso de responsabilidade ambiental. “Além do aspecto financeiro, com a celebração de um contrato importante em um período de pandemia como o que estamos vivendo, temos ainda o Flamengo, mais uma vez, se posicionando na vanguarda social, como um dos primeiros clubes do mundo a assumir o compromisso de neutralização de emissões de carbono. É uma parceria que vai ajudar na divulgação de um grande trabalho em prol do nosso planeta”, afirmou o vice-presidente de comunicação e marketing do Flamengo, Gustavo Oliveira.
A Moss afirma que o anúncio no meião marca o início de um processo de um investimento cada maior em divulgação no esporte. “Os valores do patrocínio foram sugeridos pelo próprio clube e trabalhamos para definirmos vantagens para ambos os lados. No momento, optamos pelo meião porque ainda somos uma empresa muito nova, mas em rápido crescimento. Nosso objetivo é renovar ao final do vínculo e crescer essa parceria”, explicou ao Estadão o fundador e CEO da empresa, Luis Adaime.
O empresário explicou que de acordo com projeções feitas por entidades financeiras, a demanda pelo crédito de carbono deve crescer 15 vezes até 2030. Por isso, a tendência é o segmento aparecer nos próximos anos com mais divulgação no esporte. “Temos interesse em pensar em novas formas de patrocínio. Além do Flamengo, investimos em basquete, automobilismo e triatlo e o balanço é positivo. Agora, estamos negociando com grandes clubes europeus, mas o Flamengo é a nossa primeira prioridade no momento”, comentou.
Na opinião do especialista em marketing esportivo Renê Salviano, será cada vez mais comum os clubes de futebol procurarem patrocínios com empresas que apresentem propostas de engajamento, seja questões ambientais ou ações sociais. “É importante que os patrocinadores dos clubes estejam alinhados com os valores da marca, e vice-versa. Este é um caminho a ser trabalhado nas instituições e demanda tempo para esta transição, até mesmo pela necessidade financeira da grande maioria. Com certeza grandes empresas mundiais estão atentas e passaram a avaliar com mais cuidados suas operações e a apoiar projetos sustentáveis”, afirmou.
Fonte: Agência Estadão