Quase um mês depois de uma acusação por suposta conduta imprópria vir à tona, Christian Horner foi inocentado, conforme revelado pela empresa-mãe da RBR nesta quarta-feira. O dirigente seguirá no cargo de chefe da equipe austríaca na F1. O processo durou semanas e foi conduzido por investigadores independentes à marca de energéticos.
– A investigação independente sobre as alegações feitas contra o sr. Horner está completa, e a Red Bull pode confirmar que a queixa foi dispensada. A reclamante tem direito a recurso. O relatório da investigação é confidencial e contém as informações privadas das partes e dos terceiros que auxiliaram na investigação, e por isso não comentaremos por respeito a todos os envolvidos. A Red Bull vai continuar a se esforçar para atender aos mais altos padrões no ambiente de trabalho – diz nota.
O caso estourou no início de fevereiro após o jornal holandês De Telegraaf revelar que Horner estava sendo investigado; o dirigente negou as acusações. Em resposta, um porta-voz da empresa declarou que a companhia levava “o caso extremamente a sério”, mas que não seria apropriado tecer mais comentários à época.
Em 6 de fevereiro, houve uma primeira reunião para definir se Christian tinha condições de seguir atrelado à marca de energéticos que dá nome ao time, mas o imbróglio seguiu sem resolução após um encontro de mais de 8h de duração.
Dez dias depois, uma nova reportagem do veículo holandês apontou que a conduta imprópria teria cunho sexual: Horner teria enviado mensagens sugestivas a uma funcionária por um “período de tempo considerável”. Além disso, o britânico teria proposto um acordo de 650 mil libras esterlinas cerca de R$ 4,06 milhões) à denunciante. O advogado da funcionária teria submetido o histórico de mensagens como prova.
No dia 19 de fevereiro, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) se manifestou e reforçou estar comprometida com os mais altos padrões de “integridade, justiça e inclusão” dentro da F1, destacando ainda que não comentaria mais o caso até o fim da investigação.
Antes do veredito, a Ford – que fará parceria com a RBR e a RB (ex-AlphaTauri) a partir da F1 2026, em acordo de fornecimento de motores – se queixou da falta de transparência da RBR no processo. A marca americana cobrou um “relato completo de todas as descobertas” e destacou ter “valores inegociáveis”.
Em meio ao processo nos bastidores, Horner seguiu desempenhando suas funções como chefe de equipe. Ele compareceu à primeira reunião da Comissão da F1, em Londres, e também acompanhou os testes de pré-temporada no Bahrein. Quando perguntado sobre a investigação, o chefe disse que o caso gerou uma “distração” na RBR, mas destacou o apoio recebido no time.
Christian Horner chefia a RBR desde a fundação do time, em 2005. Sob o comando do dirigente de 50 anos, foram seis títulos de construtores e sete de pilotos até aqui – quatro com Sebastian Vettel, já aposentado, e três com Max Verstappen. No total, incluindo ainda pilotos como Daniel Ricciardo, Sergio Pérez e Mark Webber, foram 113 vitórias, 95 pole positions e 264 pódios.
Fonte: Globo Esporte/Foto: Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images.