Ibovespa tomba quase 3% e perde os 100 mil pontos pela primeira vez desde julho

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Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em forte queda nesta quinta-feira (23), com os investidores repercutindo a decisão de juros nos Estados Unidos e no Brasil, além das tensões entre o governo federal e o Banco Central do Brasil.

O índice caiu 2,29%, aos 97.926 pontos. É a primeira vez desde julho de 2022 que o Ibovespa encerra o pregão abaixo dos 100 mil pontos. Veja mais cotações.

Na véspera, o Ibovespa teve queda de 0,77%, aos 100.221 pontos. Com o resultado, o índice passou a acumular perdas de 4,49% no mês e de 8,67% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Os resultados de juros, tanto nos EUA como no Brasil, vieram dentro das expectativas de mercado. O Fed divulgou nesta quarta-feira a decisão de elevar em 0,25 ponto percentual a taxa de juros dos EUA, para uma faixa de 4,75% a 5%.

Na divulgação, o Fed citou a turbulência que atingiu o sistema bancário norte-americano, com a quebra dos bancos médios Silicon Valley Bank e Signature Bank, além da crise enfrentada pelo First Republic Bank, que recebeu socorro bilionário de outros 11 bancos.

Havia dúvidas de que o Fed poderia interromper a alta de juros por conta das complicações causadas ao setor bancário. O Comitê Federal de Mercado Abeto (Fomc, na sigla em inglês), porém, reconhece que o crédito deve ficar mais restrito no país e disse estar vigilante à questão.

“O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Acontecimentos recentes devem resultar em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas e pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos é incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação”, disse o comunicado do banco central norte-americano.

Sobre a inflação, foco da decisão, o Fed destacou que os preços seguem elevados, com emprego em alta e em “ritmo robusto”. O Federal Reserve sinalizou ainda que pode seguir com o arrocho monetário nas próximas decisões sobre os juros.

“O Comitê antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo”, continuou o comunicado.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, também sem surpresa. A decisão se deu em meio a turbulências no sistema bancário global e a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros do governo ao atual nível da taxa de juros.

Em nota emitida após reunião, o Comitê afirmou que, embora a reoneração dos combustíveis tenha reduzido a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo, ainda permanecem alguns fatores de risco para o cenário inflacionário.

*G1

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