A Igreja Católica de Portugal pediu perdão, nesta sexta-feira (3/3), às vítimas de abusos sexuais cometidos por clérigos desde 1950. A postura da instituição é adotada após a publicação de um relatório que expõe casos de pedofilia dentro dos edifícios religiosos.
O pedido ocorre durante a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, capital de Portugal. O bispo e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, declarou no evento que alguns nomes que compõem a lista entregue pela comissão independente morreram, mas que os casos serão investigados.
“É com dor que, novamente, pedimos perdão a todas as vítimas de abusos sexuais no seio da Igreja Católica em Portugal”, destaca um trecho do comunicado divulgado após a reunião dos bispos na cidade-santuário de Fátima.
A Igreja Católica prepara uma assembleia plenária, em abril, para outro pedido de perdão às vítimas de pedofilia. Os representantes religiosos também declaram “o devido acompanhamento espiritual, psicológico e psiquiátrico”, mas não citaram o pagamento de indenizações.
Comissão independente
A comissão independente entregou um relatório em 13 de fevereiro com os casos de abusos sexuais contra 4.815 menores de 18 anos desde 1950. Os membros do comitê declararam que as ocorrências de pedofilia foram encobertas por representantes que compõem a hierarquia eclesiástica de forma “sistêmica”.
Em 2021, a Igreja de Portugal solicitou investigação sobre os abusos cometidos por membros do clero. Os integrantes da comissão ouviram mais de 500 relatos de vítimas.
Como grande parte dos crimes prescreveram, o grupo encaminhou 25 depoimentos ao Ministério Público para investigação mais aprofundada. O relatório aponta que 77% dos abusadores eram padres e que 48% das vítimas falaram pela primeira vez sobre a violência sexual.
*Metrópoles
